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ONU promove papel da mulher na sociedade africana


Michelle Bachelet em África
Michelle Bachelet em África

As mulheres são metade da população do Mundo: "Se num grupo de 100 pessoas só usarmos a capacidade de metade, estamos a perder a outra metade." - Michelle Bachelet

A directora da organização ONU Mulheres visita o Senegal, Mali e Nigéria, numa digressão pela África Ocidental. Michelle Bachelet pretende chamar a atenção para a violência contra as mulheres e a necessidade de criar mais oportunidades de progresso económico e político.

Michelle Bachelet foi a primeira mulher presidente do Chile e agora é directora executiva da ONU Mulheres – uma instituição criada pelas Nações Unidas, em 2010, para promover a igualdade entre homens e mulheres e o empoderamento das mulheres.

Falando em Dakar, Bachelet disse que a participação política e económica das mulheres é vital, no longo prazo, para o crescimento e estabilidade dos seus países.

"Os direitos das mulheres, a igualdade do género e o empoderamento das mulheres são essenciais não só para elas como para toda a sociedade. E temos muitas provas disso no Mundo. Se num grupo de 100 pessoas só usarmos a capacidade de metade, estamos a perder a outra metade. (As mulheres são metade da população do Mundo). Se conseguirmos realizar o seu potencial todo o país beneficiará", declarou em Dakar

A digressão de Bachelet inclui o Mali, onde um golpe militar permitiu a rebeldes islamitas ocupar o norte do país e impor a lei islâmica. As mulheres, diz, são importantes para uma solução da crise no Mali e nas outras sociedades em conflito.

"A nossa experiência diz que, quando as mulheres desempenham um papel importante nos processos de paz, a paz é mais sustentável… Por isso estamos a fazer formação de mulheres no Mali, para serem mediadoras da paz. Assim elas poderão ter um papel substancial na construção da paz e na reconstrução da sociedade", opina Bachelet.

Bachelet nota que vários países africanos têm presentemente uma maior participação das mulheres na sociedade. No Ruanda, por exemplo, as mulheres ocupam 56% dos lugares no Governo – a mais alta percentagem de participação feminina no Mundo. No período de reconstrução pós genocídio, o governo estabeleceu uma quota mínima de 30% de participação feminina na vida pública.

No Senegal, foi aprovada uma lei requerendo igual número de homens e mulheres nas listas de candidatos em todas as eleições legislativas, regionais, municipais e rurais. Como resultado duplicou para 43% o número de deputadas na Assembleia Nacional.
A acção do governo, insiste Bachelet, é importante para dar às mulheres a voz que elas merecem, para criar leis que as protegem e, ainda mais importante, fazer cumprir essas leis.

Há muitos países, lembra Bachelet, que proíbem a violência contra as mulheres, a mutilação genital e os casamentos infantis, mas essas coisas continuam a acontecer.
Para além do Senegal, a viagem da directora da ONU Mulheres inclui visitas ao Mali e à Nigéria.
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