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Greenpeace alerta para o fim da floresta brasileira


O Greenpeace está chamando de “o início do fim das florestas no Brasil” a aprovação do texto que modifica o actual Código Florestal brasileiro.

O Greenpeace está chamando de “o início do fim das florestas no Brasil” a aprovação do texto que modifica o actual Código Florestal brasileiro.
Por 274 votos contra 184 foi aprovada pela Câmara dos Deputados a proposta que, para ambientalistas, desfigura o Código Florestal e abre brechas para mais desmatamento no Brasil.
O texto aprovado, depois de muita pressão dos ruralistas, flexibiliza as regras de recomposição de áreas degradadas e perdoa as multas e punições aplicadas a quem desmatou até 2008.
A alteração, proposta pelo deputado Paulo Piau (PMDB-MG) que é da bancada ruralista, vai agora para as mãos da presidente Dilma Rousseff, que pode vetá-la ou não.
Ambientalistas denunciam que a aprovação do que os ruralistas queriam é resultado de um processo que deixou a sociedade brasileira de fora. Além disso, demonstrou forte derrota da base aliada da presidente Dilma Rousseff no Congresso, já que o governo não apoiava a alteração.
“Nós estamos jogando fora lições que nós mesmos aprendemos com deslizamentos, com enchentes, com extinção de espécie, com seca que é tudo derivado da falta de floresta em muitos lugares. Estamos dando um tiro no nosso pé”, diz o assessor do Instituto Socioambiental, Raul Telles do Valle.
O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista no Congresso Nacional, o deputado pelo Partido Verde (PV), Sarney Filho, também protestou. “Ao invés de sinalizarmos que queremos valorizar o nosso bioma - para que ele, prestando serviços ambientais ao Brasil e ao Mundo possa dentro da economia verde fazer com que o Brasil exerça sua legítima liderança - estamos indo no sentido contrário. Estamos facilitando o desmatamento”.
Segundo Sarney Filho, a luta é pelo veto. “É importante dizer que todo o marco legal que resultou na diminuição do desmatamento está sendo modificado para possibilitar mais desmatamento”, afirma. “A luta é pelo veto. É uma questão de amor pelo Brasil, coisa que os ruralistas estão demonstrando que não têm”.
O líder do PT da Câmara dos Deputados, Gilmar Tato, admite que o governo também não gostou da aprovação da alteração no Código Florestal. “Esse projecto traz insegurança jurídica porque foi um “catado” de várias emendas, votadas na Câmara e no Senado. Ao mesmo tempo, ele amnistia o grande proprietário rural. Aquele que desmatou não tem a obrigação de recuperar. Você beneficia quem desmatou e penaliza quem foi correcto. Não é justo para aqueles que sempre preservaram e que estão produzindo no Brasil”.
O parlamentar critica os deputados da base aliada que votaram contra o governo. “Uma parte, infelizmente, da base votou contra o governo. Tem que dar uma arrumada nessa base. Não dá para ser governo e votar contra ele. Temos que chamar os partidos da base para um freio de arrumação”, afirma.



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