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AFS - Fernando Pedro Gomes: "Há muitas políticas de betão e as sociais estão no último lugar"


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14 Fev 2014 AFS - Fernando Gomes: "Há muitas políticas de betão e as sociais estão no último lugar"
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Educação, quem protagonizou o início da luta armada contra o poder colonial, a data desse início e as discrepâncias nos salários dentro do sector educativo e também dentro das Forças Armadas foram temas fortes do “Angola Fala Só”, em que o convidado foi Fernando Pedro Gomes, secretário para os assuntos jurídicos e constitucionais da FNLA (Frente de Libertação Nacional de Angola), professor, urbanista e funcionário público.


Pedro Gomes FNLA
Pedro Gomes FNLA
O ouvinte Ernesto Hossi, do Huambo, apostou nas perguntas sobre a educação, as diferenças salariais entre os professores dos diversos níveis e o ensino de qualidade. O convidado frisou que os problemas no ensino são estruturais e que há varias questões entrelaçadas: “se atacarmos o problema do ensino outros subjacentes vão aparecer”, disse. Fernando Pedro Gomes sustenta ser necessária uma revisão do sistema de ensino, porque “a questão do ensino é uma questão política”.

Sobre a dificuldade em obter documentos como o Bilhete de Identidade, uma questão levantada na antena pelo ouvinte de Malange, Filipe Zonda, Gomes concorda que as dificuldades na obtenção de documentos causam grandes transtornos, “mas recebemos garantias de que os problemas foram ultrapassados, a prática não está de acordo com a mensagem do executivo". Segundo ele há uma “falta de sensibilidade de resolver estes problemas.”

A questão dos veteranos ou desmobilizados foi trazida ao debate por um veterano que esteve no Cuito Cuanavale – Adão Tchinhama, do Moxico, que falou da diferença salarial dentro das Forças Armadas para as mesmas patentes. O convidado falou da inércia dos sucessivos governos em resolver os problemas de reintegração social dos antigos combatentes e de não repartirem como deviam os benefícios sociais com aqueles que “deram a sua juventude para sermos o que somos hoje.”

A questão da data do início da luta armada e de quem a protagonizou foram temas das perguntas do ouvinte Francisco Paulo, de Luanda. O secretário dos assuntos jurídicos e constitucionais da FNLA disse que tem existido um uso político do assunto e referiu que a luta de libertação foi protagonizada no seu início pela UPA (hoje a FNLA) porque o MPLA não estava então em condições de protagonizar o que quer que fosse.

O ouvinte Victor Sapato do Kuando Kubango voltou a perguntar sobre a educação, mas também se o presidente não estava a ver o que se passa nas Forças Armadas, onde há discrepância nos salários. Fernando Pedro Gomes respondeu dizendo que o presidente está atento, mas que o problema é que há muita política de betão e as questões sociais aparecem em último lugar. Frisou ser necessário apostar claramente na educação por ser necessária para o desenvolvimento de qualquer país. Sobre a discrepância salarial disse que ela não se verifica só nas Forças Armadas como na educação.

Sobre o problema levantado pelo ouvinte Paulo António, da Lunda Norte, em que a polícia “controla os caminhos” e o “temos que pagar” para usá-los, Pedro Gomes diz ser um exemplo da corrupção em que o país vive. “Quantas vezes se prometeu e não se fez nada?”, para acabar com esta situação perguntou o convidado.

Quanto à crítica de a polícia não ser formada para entender como pode actuar ao abrigo da lei e da Constituição, questão levantada pelo ouvinte de Cabinda, Victor Dinho, o convidado do Fala Só disse que a polícia recebe formação. O que se verifica como o comportamento policial durante as manifestações é derivado da situação em que o país se encontra e que leva os agentes a “operarem de forma diferente do que aprendem". Na realidade, concluiu, "Angola vive uma “situação de caos generalizado".

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