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A decisão das decisões entre alemães e argentinos


Tanto a Alemanha como a Argentina amargam o seu maior jejum em Copas, mas vivem "secas" diferentes.

A final de hoje do Mundial de Futebol entre Alemanha e Argentina terá em jogo um "tricampeonato moderno" (com a nova Taça Fifa) e impactará no equilíbrio da disputa entre os continentes europeu e sul-americano.

Apesar da diferença no número total de títulos, argentinos ou alemães sairão do Maracanã como os primeiros vencedores de três Copas desde o divisor de águas que foi a conquista definitiva da Taça Jules Rimet pela selecção brasileira em 1970, no México. Criada para substituir a Jules Rimet, a Taça Fifa virou o troféu da Copa para a edição de 1974, na Alemanha.

Não há posse definitiva para esse novo troféu com três títulos - a entrega será feita pela presidente Dilma Rousseff e o presidente da Fifa, Joseph Blatter. No entanto, há o simbolismo da primeira selecção a conquistar o terceiro título moderno, o que também era disputado por Itália e Brasil.

Argentina ganhou em 1978 e 1986, e a Alemanha, em 1974 e 1990.

No Rio de Janeiro, também poderá cair uma das maiores escritas da história das Copas no caso de um triunfo alemão, já que nunca uma equipa europeia conseguiu o título em Mundiais realizados no continente americano.

O jogo também afectará a disputa de títulos gerais entre europeus e sul-americanos: o placar actual é de 10 a 9 para o velho continente.

Tanto a Alemanha como a Argentina amargam o seu maior jejum em Copas, mas vivem "secas" diferentes.

Há 24 anos sem ganhar, a Mannschaft passou pela agonia de ter feito as finais de 2002 e de ter chegado às meias-finais em 2006 (em casa) e 2010.

A sua última conquista foi a Eurocopa em 1996 e depois de um longo processo de renovação que resultou num vice-campeonato e numa meia-final continentais (2008 e 2012), a pressão por resultados é grande e só fez crescer após a goleada de 7 a 1 sobre o Brasil na última terça-feira.

"Chegar longe não é mais uma opção. A Alemanha não pode se contentar com nada menos que o título no Brasil", afirmou Lothar Matthäus, capitão alemão no título de 1990.

A Argentina desde 1990 não tinha conseguido passar dos quartos-de-final apesar de no mesmo período ter produzido duas gerações de jogadores protagonistas no futebol mundial, como Gabriel Batistuta, Juan Riquelme e, claro, Lionel Messi. Saiu da Copa da África do Sul após goleada da Alemanha e com a sua principal estrela questionada como "jogador de clube".

No Brasil, teve jogos sofridos desde a primeira fase e que culminaram com a vitória nos penaltis sobre a Holanda nas meias-finais, mas está a um jogo de conquistar o título pela primeira vez em 28 anos e a terceira em sua história.

"A Argentina vai precisar fazer uma partida perfeita para superar a Alemanha, mas é possível acreditar", afirma o ex-jogador da seleção Juan Pablo Sorín.

Há também um duelo de filosofias na final das finais. Com o seu sistema tático girando em torno do brilhantismo de Messi, a Argentina chega à decisão marcando oito golos, apenas o sexto maior número do torneio. Metade deles marcados pelo avançado do Barcelona.

Os alemães, que deixaram 17 bolas nas redes alheias e apresentam o ataque mais positivo da Copa, chamaram a atenção pela "marca" de futebol baseado na colectividade, rotações de posicionamento e uma socialização dos golos: oito jogadores estão na lista de jogadores do Mundial com pelo menos um golo e o seu artilheiro é Thomas Müller, com cinco.

Numa comparação directa com o rival, a Argentina só leva a melhor nas estatísticas principais quando o assunto é o número de golos concedidos: três, contra quatro do rival europeu. No entanto, a presença de um certo canhoto de 1,69m certamente deve ser levada em conta.

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