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Previsões do clima podem proteger a saúde pública - dizem agências da ONU


A group of Nepalese Buddhist boys are seen before they attend Bratabandha, a coming-of-age ceremony, in Kathmandu.
A group of Nepalese Buddhist boys are seen before they attend Bratabandha, a coming-of-age ceremony, in Kathmandu.

Lançado hoje em Genebra o Atlas da Saúde e do Clima é visto como mais um documento necessário para a prevenção de doenças e desiquilibrios climáticos em África

Dados climáticos e previsões meteorológicas podem ajudar a prevenir ou preparer vias de prevenção de doenças epidémicas e melhorar a saúde, de acordo com um novo relatório das Nações Unidas.

Lisa Schlein da VOA em Genebra fala-nos desse relatório da Organizações Mundiais da Meteorologia e da Saúde.

A Organização Mundial de Meteorologia indica que as mudanças climáticas estão a alterar a magnitude, frequência e duração dos eventos meteorológicos extremos. Enquanto continuar a mudança climática do mundo, haverá mais danos contra a saúde humana.

Cientistas da OMM realçam que as secas, cheias e ciclones vão afectar a saúde de milhões de pessoas todos os anos. A variação do clima e das extremas condições meteorológicas tais como as cheias poderão conduzir a erupções de doenças epidémicas, tais como a diarreia, malária, dengue e meningites, que podem causar mortes e sofrimentos para milhões de pessoas.

O Secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud diz que as previsões climáticas têm sido pouco usadas pela saúde pública. Ele adianta que o Atlas da Saúde e do Clima mostra que uma maior cooperação entre as comunidades meteorológicas e sanitárias pode influenciar a saúde das sociedades em várias formas.

“Permita-me que lhe dê um exemplo de como está directamente relacionado ao trabalho da OMM. A informação climática acerca do risco de cheias e ciclones, que é rotineiramente preparada pelos serviços nacionais de meteorologia, envolve milhões de pessoas em todo o mundo.”

A directora-geral da OMS, Margareth Chan diz que a sua organização abraça entusiasticamente a colaboração com a Organização Mundial de Meteorologia. A maior parte do trabalho da OMS é em África, e a Dra Chan afirma que as previsões climáticas estão a ter um bom impacto no sistema de saúde na África Subsaariana.

Realçou ela como um dos exemplos, que todos os anos a vaga de calor e da bruma seca conduz a erupção da meningite que afecta uma cintura de 20 países no continente africano, onde muitas crianças menores dos 15 anos acabam por ser mentalmente afectados por essa terrível doença.

“O que fazemos agora é antecipar a chegada dessas intempéries, e por causa dessa informação climática vai permitir-nos a lançar alertas preventivos. E então o que fazemos? Propomos e fazemos de tudo para que haja campanhas de vacinação antes da chegada da bruma seca e do calor de forma que as crianças estejam protegidas. Este é um exemplo específico.”

O Atlas da Saúde e do Clima contém numa série de mapas, quadros e gráficos que estabelecem as relações entre a suade e o clima de forma explícita. O mesmo realça em algumas zonas a incidência das doenças infecciosas cujas variações podem depender das condições do tempo e do clima.

O documento advoga que uma boa coordenação dos serviços de previsão climática em países endémicos pode ajudar a prevenir a erupção, intensidade e duração de epidemias.
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