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Violação ao acordo de cessar-fogo volta a provocar tensão na Ucrânia


Foto Arquivo
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O exército da Ucrânia afirmou que mais soldados foram mortos nos últimos dois dias por morteiros e foguetes disparados por separatistas apoiados pela Rússia. As disputas intensificaram-se no leste da Ucrânia, apesar do cessar-fogo acordado em Minsk em Fevereiro. Entretanto, o Governo e os separatistas concordaram, na segunda-feira, a retirar os armamentos pesados das suas linhas de frente, mas há receios de que o acordo de paz não passe do papel.

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Morteiros e foguetes continuam a atingir o leste da Ucrânia. O vilarejo de Spartak, perto de Donetsk, foi alvo de vários bombardeamentos na semana passada. Os separatistas que lutam a favor da Rússia controlam a área e responsabilizam as forças do Governo ucraniano pelos ataques, como diz Lipa, um militante pró-Rússia: “O lado ucraniano começou a atirar morteiros de alto calibre, que são muito destrutivos”.

As forças ucranianas negam terem violado o cessar-fogo e dizem que os separatistas, auxiliados por soldados russos, continuam a atacar. Segundo o exército seis soldados foram mortos nos últimos dois dias.

Mesmo com a intensificação dos conflitos, os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França encontraram-se em Berlim, na segunda-feira, e renovaram o compromisso do acordo de cessar-fogo de Minsk.

“O que é decisivo é que, apesar da situação ter piorado, nós concordamos hoje em continuar com a proibição do uso de armamentos pesados, mas também incluir outras categorias de armas nessa proibição. Agora, tanques, veículos armados, morteiros e artilharia com calibre menor a 100 milímetros também serão proibidos”, disse o ministro alemão Frank Walter Steinmeier.

Ambos os lados estão a avaliar o acordo de cessar-fogo antes de se comprometerem a uma retirada militar completa, diz Kadri Liik, do Conselho Europeu de Relações Exteriores.

“A Rússia continua a considerar a opção militar e há frequentes relatos de que Moscovo está a reunir tropas na área. Ao mesmo tempo, também é verdade de que armamentos pesados estão a ser retirados da linha de frente. E as opções diplomáticas continuam a ser consideradas”, defendeu.

Liik diz que as ambições russas na Ucrânia continuam a não ser claras, mas poderiam envolver a criação de uma área de influência e tomada do território.

Com a ameaça de uma nova guerra no horizonte, é difícil não falar sobre o conflito na região, até mesmo nas salas de aula.

Estudantes do Mining College de Donetsk, situado numa área dominada pelos rebeldes separatistas, participaram esta semana numa competição denominada “Eu estou pronto para trabalhar e para defender a minha nação”. A competição incluiu provas como a montagem e a desmontagem de espingardas AK-47.

“Se pessoas indesejadas vierem, então todos devem saber como usar as armas. É necessário”, explicou um aluno.

Enquanto isso, em Kharkiv, uma área controlada pelo Governo Ucraniano, grupos de activistas derrubaram estátuas da era soviética das cidades no passado fim de semana, como parte de uma campanha para livrar a Ucrânia de símbolos do século 20 e da presença da União Soviética.

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