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Obama e Romney têm ideias diferentes sobre papel dos EUA no Mundo


Analistas pensam que política externa de Mitt Romney será mais militarista do que a de Barack Obama

Com o aproximar das eleições presidenciais americanas, muitas pessoas pelo mundo fora interrogam-se sobre como poderão os resultados influenciar o resto do Mundo. A VOA explorou as visões da política externa, e do mundo, dos dois candidatos: Mitt Romney e Barack Obama.

No último debate entre os candidatos à presidência americana, dedicado
à política externa, os candidatos avançaram visões semelhantes sobre o papel dos Estados Unidos no Mundo.

“A América continua a ser a nação indispensável. O Mundo precisa de uma América forte e a América é mais forte hoje do que quando eu cheguei à presidência", disse Obama.

“Reconhecemos que há áreas de conflito no Mundo. Queremos acabar com esses conflitos na medida em que isso for humanamente possível. Mas para podermos cumprir o nosso papel no Mundo, a América precisa de ser forte”, afirmou Romney

Para lá desta semelhança genérica, há diferenças. Daniel Serwer, da Escola de Estudos Internacionais Avançados, da Universidade Johns Hopkins, em Washington, crê que os Estados Unidos poderão ser mais militaristas no caso de Romney vencer as eleições.

“Ele deixou claro que a projecção da força [militar] será uma prioridade", notou Serwer. E uma das diferenças fundamentais entre os dois candidatos é em quanto pretendem aumentar o financiamento das forças armadas”.

Romney promete aumentar o orçamento militar – se for eleito. Mas concorda com Obama no objectivo de retirar todas as tropas americanas do Afeganistão, no fim de 1014… no recurso a sanções para travar a produção de armas nucleares pelo Irão, no recurso à força contra Teerão se necessário e no apoio a Israel e empenho na sua defesa.

Mas há uma diferença a respeito do Médio Oriente que é a Síria. Romney preconiza ajuda militar aos rebeldes que combatem o regime de Bashar al-Assad desde Março do ano passado.

Romney quer dar armas aosd rebeldes: “Quero assegurar que eles são armados e que têm as ermas necessárias - não somente para se defenderem, mas para derrubarem Assad. Mas não pretendo o envolvimento militar das nossas tropas”.

Obama tem uma posição mais cautelosa: “É uma questão muito séria aumentar o nosso envolvimento militar na Síria. E para o fazermos, temos que ter a certeza absoluta sobre quem estamos a ajudar. Não podemos arriscar-nos a por armas nas mãos de pessoas que um dia se podem virar contra nós ou os nossos aliados na região”.

Obama, que em 2009 recebeu o Prémio Nobel da Paz, tem uma missão num eventual segundo mandato, de acordo com o analista político Robert Guttman.

“Ele andará à procura de um legado. Pode não ser [a paz] no Médio Oriente; poderá ser melhores relações com a China. Mas alguma coisa será”, assegura o analista

A China é uma das prioridades de Romney. Ele promete classificar a China como um país “manipulador de divisas” o que pode implicar sanções.

Guttman crê que o passado de Romney como empresário afectará uma sua presidência porque ele se envolveria mais na expansão dos negócios americanos e no comércio externo.

Mas, notam analistas, os eleitores este ano estão mais preocupados com questões internas, como a economia, do que com a política externa.
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