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Tribunal dá razão aos moradores do Zango


Pai de Rufino António, uma das vítimas das demolições
Pai de Rufino António, uma das vítimas das demolições

Acção das Forças Armadas, que matou o adolescente Rufino António e um bebé, dá lugar a indemnização dos afectados

O tribunal deu razão aos moradores dos bairros Walale, no Zango 2 e Zango 3, arredores de Luanda, que no ano passado tiveram os seus terrenos ocupados e casas destruídas pelas Formas Armadas.

Tribunal ordena indemnizações para vítimas de demolições no Zango - 1:49
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Na altura, a acção violenta com que foi feita a destruição de milhares de casebres, sem qualquer promessa de indemnização, foi fortemente repudiada por vários sectores nacionais e pela comunidade internacional que exigiram do Governo a responsabilização dos actores pelos actos praticados.

A organização não governamental SOS Habitat, que acompanha o caso desde o princípio, foi convidada a integrar uma comissão criada para estudar as formas de possível indemnização às vítimas, segundo disse à VOA, Rafael Morais, um dos seus membros

“Agora cabe à Administração honrar os compromissos que assumiu indemnizar as vítimas”, afirmou Morais.

Numa destas acções foi morto o adolescente Rufino António, de 14 anos, vítima de disparo de arma de fogo, além de um recém-nascido.

A 26 de Abril, o Procurador Geral da República (PGR) reconheceu que o caso da "morte violenta" de Rufino António, "chocou a sociedade" angolana e assegurou que o "Ministério Público tudo está a fazer para levar os culpados às barras do tribunal e responsabilizá-los criminalmente".

João Maria de Sousa reiterou que "o Ministério Público rege-se pela legalidade e objectividade, e não serão este órgão nem a PGR, os primeiros nem os segundos a violar direitos fundamentais constitucionalmente consagrados, como os direitos à presunção da inocência, ao bom nome e imagem, entre outros"

Processo não anda

Entretanto, a 8 de Março, o advogado dos familiares de Rufino António, acusou a PGR de condescendência em relação aos militares indiciados pelo crime de assassinato.

Desde que, há seis meses, a procuradoria iniciou a fase de instrução preparatória e indiciou quatro militares da PCU a comparecerem para prestarem depoimento.

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