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Tráfico humano em Moçambique assume contornos preocupantes


A ausência de um plano nacional para combater o tráfico de pessoas em Moçambique pode estar a encorajar o fenómeno que já assume contornos preocupantes.

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A Procuradoria Geral da República de Moçambique acaba de efectuar um estudo sobre o tráfico humano, em que se assume que, de facto, Moçambique tem sido corredor de pessoas traficadas para vários fins.

O director do Gabinete de Estudos da Procuradoria-Geral da República, Amorim Bila, que apresentou, recentemente, o referido estudo, disse existirem duas abordagens sobre este fenómeno, uma interna e a outra externa.

Relativamente à abordagem interna, Bila afirmou que as pessoas são traficadas das zonas rurais para as urbanas, basicamente através de promessas falsas de emprego.

"Algumas famílias aceitam "vender" os seus filhos, igualmente por causa de promessas falsas de emprego. Nesta questão do tráfico, há também envolvimento de algumas seitas religiosas que prometem acolhimento ás vítimas, mas, basicamente, o problema tem a ver com a pobreza," destacou.

O estudo constatou ainda as fragilidades que existem em termos do recursos humanos, nomeadamente, da Migração, Guarda Fronteira e Alfandegas

Amorim Bila referiu que "quando chegámos á fronteira de Ressano Garcia, constatamos que os diferentes actores tinham uma abordagem diferente sobre o mesmo fenómeno, uns confundindo o tráfico de pessoas com o fenómeno de migração ilegal".

O estudo recomenda uma rápida aprovação, pelo Governo, do plano nacional de acção de combate ao tráfico de pessoas, bem como da aplicação da lei de protecção dos denunciantes.

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