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Tráfico de sangue e de orgãos na rota dos refugiados a caminho da Europa


Três quartos de nove mil refugiados entrevistados pela Organização Internacional das Migrações disseram ter sido vítimas de exploração.

Cerca de três quartos dos refugiados ouvidos numa pesquisa da Organização Internacional para Migração (OIM), uma agência das Nações Unidas, disseram ter sido vítimas de exploração ao longo do seu caminho em direcção à Europa.

Tráfico de órgãos e de sangue constitui, segundo o levantamento, uma tendência crescente que ameaça milhares de vidas.

Os entrevistados confirmaram que, no caminho à Europa, há quem ofereça dinheiro por sangue, órgãos ou partes do corpo.

Pelo menos seis por cento dos refugiados relataram, como vítimas ou testemunhas, que contrabandistas tiram sangue à força a pessoas mantidas em cativeiro e, noutros casos, órgãos servem como moeda de pagamento para os traficantes.

Líbia e Egipto foram os principais cenários de tráfico de sangue, seguidos do Sudão, Níger, Nigéria, Burkina Faso, Turquia e Uganda.

Redes brutais

Além disso, cerca de 49 por cento dos refugiados ouvidos disseram ter sido mantidos em cativeiro, a maioria deles na Líbia.

Em muitos casos, os traficantes cobravam dinheiro para que fossem soltos e 50 pro cento relataram ter trabalhado sem pagamento, muitas vezes sob a ameaça de uma arma ou como condição para garantir um lugar numa embarcação clandestina para atravessar o Mediterrâneo.

A pesquisa da OIM, que durou 10 meses e ouviu mais de nove mil imigrantes, visou quantificar a frequência do tráfico humano, trabalho forçado e tráfico de órgãos nas principais rotas da imigração.

“O que estas pesquisas mostram é que as redes de tráfico humano estão a tornar-se brutais e eficientes na exploração, lucrando com a vulnerabilidade dos imigrantes”, concluiu Simona Moscarelli, especialista da OMI, em entrevista ao jornal “Guardian”.

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