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Silêncio rodeia investigação a promoção de oficial da secreta angolana a general


Presidente José Eduardo do Santos ordenou inquérito após ter revogado a promoção de dirigente dos serviços secretos acusado de assassinato.

Está no segredo total o trabalho de uma comissão anunciada pelo presidente José Eduardo dos Santos para investigar a promoção a general, depois cancelada, de um agente dos serviços secretos acusado de envolvimento no assassinato de activistas Cassule e Kamulingue..

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A promoção levou á suspensão do julgamento dos acusados de assassinarem Isaías Cassule e Alves Kamulingue e constituiu um sério embaraço para o presidente que foi forçado a cancelar no passado dia 22 de Setembro a promoção por si assinada.

O presidente ordenou depois uma investigação para saber como a promoção de António Manuel Gamboa Vieira Lopes tinha sido aprovada e enviada à sua assinatura, mas passados 45 dias nem a comissão de inquerito nem os serviços de apoio ao presidente se pronunciaram sobre as investigações. Para o activista Mbanza Hanza, a criação da comissão era apenas para o presidente fugir às suas responsabilidades

Não é comum a Presidência da República ou os seus serviços de apoio se pronunciarem sobre inquéritos levados a cabo pela instituição e neste caso a situação parece estar a repetir-se.

Mbanza Hanza diz que o presidente José Eduardo dos Santos apenas mandou instaurar o inquérito para escapar às suas responsabilidades.

Mbanza adianta ainda que a revogação da promoção a general de António Manuel Gamboa Vieira Lopes, até então oficial dos serviços secretos no comando da Província de Luanda, deveu-.se às pressões existentes sobre o caso. “O recuo foi fruto da pressão e por isso não há de ser surpresa o silêncio”, disse.

O activista critica também a justificação apresentada pelo presidente ao lançar as culpas nos serviços de apoio que, contudo, até ao momento, não foram responsabilizados. “O presidente não pode tomar decisões às cegas e isso não é desculpa”, afirma Hanza.

Além de António Manuel Gamboa Vieira Lopes estão detidos mais cinco supostos assassinos dos activistas Cassule e Kamulingue.

A promoção do acusado levou o juiz da terceira secção do Tribunal Provincial de Luanda Carlos Baltazar do Espirito Santo a suspender o julgamento do caso, alegando incompetência por razão de hierarquia.

O processo foi depois submetido ao Tribunal Supremo, mas até ao momento ainda não há qualquer marcação para o recomeço do julgamento.

Os advogados dos réus entendem que o processo deve continuar no Tribunal Supremo enquanto os assistentes das famílias das vítimas insistem que deve ser julgado no tribunal provincial.

A VOA tentou obter a reacção do ministro de Estado e chefe da Casa Militar Manuel Helder viera dias Kopelipa, mas sem qualquer sucesso até ao momento.

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