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Sector da saúde em Angola continua doente


O fenómeno corrupção, também conhecido como a“gasosa” é uma das situações que perigam os serviços de saúde em Angola.

Por ocasião da celebração do 12 de Maio, Dia Internacional dos Enfermeiros, em Angola os profissionais da classe celebraram na província do Kunene.

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A data, para alguns angolanos, deve servir para os gestores das unidades hospitalares, médicos e enfermeiros reflectirem sobre a necessidade de uma maior humanização dos serviços.

Nos hospitais públicos, segundo alguns citadinos, o maior problema consiste na falta de condições e no mau atendimento aos pacientes, o que para já resulta no mau serviço prestado. A situação deixa indignados vários cidadãos que se vêm obrigados a recorrerem aos serviços particulares de medicina, que por seu turno requerem custos elevados.

A classe médica reconhece as dificuldades de recursos humanos para uma boa prestação de assistência médica nos hospitais públicos, mas a enfermeira Judith Luakuty Coordenadora do Projecto de Humanização do Banco de Urgência do Hospital Josina Machel, uma das maiores unidades sanitárias de Angola, defende que a divisão dos pacientes em categoria facilitaria os cuidados a ter com cada um dos pacientes.

A humanização completa dos serviços de saúde só será uma realidade quando forem dessipados os problemas que afectam os profissionais do sector. Dificlmente será eficaz se os quadros da saúde continuarem a passar por dificuldades ligadas as condições salarias, de trabalho e, sobretudo a falta de autoestima, quem assim defende é o Secretário geral do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda, Afonso Kileba.

Na balança comparativa entre as unidades sanitárias privadas e públicas do ponto de vista dos serviços prestados, o sindicalista Afonso Kileba salienta que as clínicas levam maior vantagem e os profissionais são mais comprometidos. Mas, os custos pelos serviços prestados aos utentes são elevados, por isso defende a interevenção do Estado na regularização dos preços.

O fenómeno corrupção, também conhecido como a“gasosa” é uma das situações que perigam os serviços de saúde em Angola.

O citadino Iteta Cabral explica que em alguns hospitais públicos, onde a assistência sanitária é gratuita, as dificuldades de atendimentos surgem quando o utente ou os seus familiares não dão gasosa (valor monetário) ao enfermeiro ou médico em serviço, o que pode custar a vida do paciente, já que o processo de atendimento não é célere, nem muito menos eficaz.

Para Almeida Pinto Secretário para os Assuntos Jurídicos e Laborais dos Sindicatos dos Técnicos de Enfermagem de Luanda a corrupção no sector da saúde passa pela instrução de cada profissional do sector. O enfermeiro é mais profundo na sua análise e arrisca mesmo em dizer que “em alguns casos os meios justificam os fins”.

“Ai passa pela instrução e educação de cada um de nós. Porque podemos ser tão académicos, mas a instrução e a educação jogam um grande papel. Alguns de nós têm uma fraca instrução e ummeio justica os fins em alguns casos.

A posição defendida por Almeida Pinto é repudiada pela Coordenadora do Projecto de Humanização do Banco de Urgência do Hospital Josina Machel, Judith Luakuty.

“A razão do seu trabalho é o cuidado do doente e em troca desta razão do seu trabaçho ele tem um salário”. E nós temos um sistema nacional de saúde que é universalista. Todo indivíduo que vai para um hospital público tem direito à uma assistência gratuita.Porquê que o doente tem que pagar porque está doente? Questionou a enfermeira.

A corrupção e a falta de humanização nos hospitais públicos, levam a que um paciente permaneça horas a fio sem ser atendido. Uma situação, segundo conta Afonso Kileba, Secretário Geral do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Launda, que em parte se deve ao fluxo de pacientes que acorrem para estas unidades hospitalares.

Kileba entende que “não existem serviços diferenciados entre os hospitais públicos e privados todos têm as mesmas características e perfis em termos de cuidados”.

Porém, a morosidade no atendimento nos hospitais estatais faz com que os utentes preferem ser socorridos pelas clínicas, onde pagam algum valor e podem exigir mais.

Para este sindicalista, a falta de humanização dos serviços nos hospitais públicos deve-se também ao reduzido número de quadros no sector, capazes de satisfazer a demanda de pacientes, para além dos baixos salários que acabam por ser um factor importante na autoestima dos profissionais.

Almeida Pinto fala por outro lado da falta de condições que contribuem para défice do sistema nacional de saúde e por isso defende uma reforma do sector.

Para este responsável é importante que se cumpra o estipulado na Constituição da República no que refere a satisfação das suas necessidades básicas.

A falta de humanização dos serviços de saúde jamias deve ser reflexo dos baixos salários praticados pelo estado, assim diz a enfermeira Judith Luakuty, que avançou por outro lado ser importante a preservação dos princípios deontológicos, éticos e morais.

Entretanto, a falta de fiscalização dos serviços prestados pelos hospitais também têm estado a contribuir para que o quadro da realidade das unidades sanitárias seja negro. Pelo que, defende Iteta Cabaral, uma intervenção mais profunda das autoridades a fim de pôr cobro a esta situação.

“O governo tem que criar outros meios para esta questão dos nossos hospitasi. Tem que criar fiscais e meios para um controlo dos nossos hospitais, para ver que tipo de trabalho os nossosm hospitais prestam, porque citando o hospital do Kapalanga morre mjuita gente.Ao longo do dia pode rondar os 10 ou 11 pessoa”, defendeu.

A valorização da profissão passa na visão de Judith Luakuty, pelo bom uso dos conhecimentos adquiridos e pelos bons cuidados prestados aos doentes.

Secretário para os Assuntos Jurídicos e Laborais dos Sindicatos dos Técnicos de Enfermagem de Luanda Almeida Pinto apela à organização de políticas de saúde mais estrturadas com vista a dar maior dignidade e condições humanas e de trabalho aos profissionais e aos utentes.

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