A liderança da Renamo diz que a crise politica em Moçambique apenas terá fim após a nomeação de seus governadores nas províncias onde o partido teve mais votos que a Frelimo nas eleições de 2014.
O líder do partido, Afonso Dhlakama, defende que a nomeação de governadores foi acordada no primeiro encontro sobre a matéria, que teve com actual chefe de Estado, Filipe Nyusi.
A chefe da bancada parlamentar da Renamo, Ivone Soares disse ter recebido instruções muito claras de Dhlakama para se ultrapassar a presente situação de conflito no país.
Considerando fraudulentas as eleições do ano passado, Soares reiterou a acusação de que o Governo não tem estado a cumprir os acordos de paz de 1992, de cessação das hostilidades militares, de 2014, e o recente entendimento entre Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi.
Soares esclareceu que ao abrigo desse entendimento, "a Assembleia da República devia estudar a possibilidade de as províncias passarem a ter o estatuto de autarquias".
De acordo com a deputada, "a bancada da Renamo submeteu à Assembleia da República a respetiva proposta legislativa, mas durante o debate, a Frelimo revelou-se desinteressada em resolver os problemas do país e, de lá para cá, tem estado a reprovar qualquer proposta legislativa que a nossa bancada tem apresentado, e nunca apresenta contra argumentos para justificar essas reprovações".
Soares afirmou que o objectivo da proposta legislativa da sua bancada é satisfazer as preocupações das pessoas que sempre votaram na Renamo, nas províncias do centro e norte do país.