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A remoção de minas terrestres numa aldeia junto da fronteira com Moçambique


As minas terrestres continuam a colocar sérios desafios
As minas terrestres continuam a colocar sérios desafios
O Comité da Cruz Vermelha Internacional e o governo do Zimbabué desencadearam uma campanha para a remoção de minas terrestres numa aldeia junto da fronteira com Moçambique.

O governo do Zimbabué debate-se para angariar verbas para a desminagem – e algumas pessoas continuam a ser afectadas ou mesmo mortas por minas antigas que ainda continuam no solo.

Remoção de minas antipessoais
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O som era o da explosão de uma mina detonada pelo exército do Zimbabué no Parque Nacional de Gonarezhou, próximo da fronteira do Zimbabué com Moçambique.

No entanto explosões como estas ainda ocorrem 33 anos apos o país ter alcançado a independência, com as pessoas a serem aleijadas e alguns mesmo mortas.

Philemon Sibanda de 33 anos de idade perdeu uma perna apos ter pisado uma mina terrestre em 1998, quando guardava gado na sua aldeia.

Sibanda refere por que a área ainda não foi limpa das minas, ele tem que permanecer sentado. Sibanda sublinha que se não tivesse sido ferido estaria a tratar das terras como os outros.

Sibanda não pode andar e a próteses que lhe foi doada pela World Vision provoca-lhe dores quando a usa. Diz necessitar de uma nova, mas não tem dinheiro para a comprar.

Centenas de milhares de minas instaladas na década de 70 durante a guerra de independência do Zimbabué ainda se encontram no solo. Segundo a Halo Trust, a organização britânica de desminagem, o Zimbabué é um dos maiores locais no mundo com enormes campos de minas, com cerca de cinco mil e 500 minas por quilómetro.

Serão necessários 100 milhões de dólares para as retirar – uma verba que o Zimbabué não possui e debate-se para angariar.

O coronel do exército Ncube, que dirige a desminagem, sustenta que a desminagem levará mais trinta anos se a comunidade internacional não contribuir.

Em 1999, o Zimbabué tornou-se signatário da Convenção de Otava para a Proibição da Produção, Transferência e Armazenamento de Minas Antipessoais. O país era suposto ter retirado as minas dentro de um prazo de dez anos.

A Alemanha, os Estados Unidos e a União Europeia financiaram o programa, mas a certa altura retiraram, quando começaram a recair sobre o presidente Robert Mugabe acusações de violações dos direitos humanos.

O Comité da Cruz Vermelha Internacional procede ao treino de pessoal militar que remove as minas na fronteira do Zimbabué com Moçambique, fornecendo o equipamento necessário.

Olivier Dubois, que chefia o Comité da Cruz Vermelha Internacional no Zimbabué, explica as razões por que a organização procede à ajuda na desminagem.

Segundo Dubois o Zimbabué foi abandonado na desminagem, e quando em 2011 a Cruz Vermelha foi contactada, concordou com a assistência, já que as populações continuam a ser afectadas.

Dubois acentua que as minas têm ferido o gado quando se encontra nas pastagens – tornando maios urgente a sua remoção para que os zimbabuanos possam viver com menos medo.
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