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Católicos angolanos querem Ecclésia em todo o país


Ecclesia, Benguela
Ecclesia, Benguela

Activistas nas províncias de Benguela, Huambo, Luanda, Huila e Cabinda recolhem assinaturas a favor da expansão da emissora

Decorre ao nível nacional a recolha de assinaturas para uma petição, para pressionar o presidente da República, José Eduardo dos Santos, a autorizar a expansão do sinal da Rádio Ecclésia em todo o país.

A iniciativa começou a ser posta em prática por leigos de algumas paróquias de Luanda, depois do pároco da Nossa Senhora do Populo, em Benguela, ter desafiado a sociedade angolana, a optar por abaixo-assinado para exigir das autoridades a reposição do sinal da emissora católica, fora de Luanda.

Uma fonte da Voz da América disse que os protagonistas da acção estão a procurar manter contactos com os bispos, para persuadirem as autoridades angolanas. Confirmou o destacamento de activistas nas províncias de Benguela, Huambo, Luanda, Huila e Cabinda que trabalham na colheita das assinaturas.

A fonte não precisou o nível de adesão nacional, mas referiu que em Benguela já foram recolhidas cerca de três mil assinaturas e que a campanha ganhou peso sobretudo no seio dos católicos que estão aderir em massa.

Horácio dos Reis, jornalista da Ecclesia
Horácio dos Reis, jornalista da Ecclesia

Para o jornalista Horácio dos Reis a não reposição do direito daquele órgão de comunicação social em transmitir ao nível nacional, viola alguns princípios consagrados constitucionalmente.

“Não podemos considerar Angola um Estado Democrático e de Direito se os elementos que asseguram esse Estado Democrático e de Direitos não forem assegurados, estamos a falar das próprias liberdades,” disse Reis, acrescentando que “ as liberdades só podem ser asseguradas com a diversificação dos órgãos de comunicação afectos a varias entidades; não estamos a falar de monopólio ou oligarquia que se assiste no país.”

Refira-se que a Emissora Católica foi proibida de transmitir, por um período de tempo, e os seus bens confiscados, a pretexto da tentativa de golpe de Estado de Maio de 1977. Após levantamento da proibição, o seu inal foi restringido a Luanda.

Numa exposição, os leigos deploram o facto do problema da extensão do sinal da Ecclesia não ter sido resolvido, afirmando que com essa postura Eduardo dos Santos ofende os católicos que representam cerca 70 por cento dos angolanos.

Alegam ainda que, o representante da Santa Sé e os Bispos da CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé) parecem ter já chegado à conclusão que o caso da extensão do sinal da Rádio Ecclesia é um problema político em que não devem intervir, sublinhando tratar-se dum assunto dos leigos Católicos e de todos os homens de boa vontade, na sua condição de cidadãos com direitos consignados na Constituição.

Consideram também que resolução do caso é factor de paz e reconciliação nacional em Angola.

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