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PR de Cabo Verde propõe governança oceânica que opere de modo irreversível a “mudança da maré”


Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, discursa na Conferência de Barcelona da Década do Oceano da ONU, Espanha, 10 abril 2024
Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, discursa na Conferência de Barcelona da Década do Oceano da ONU, Espanha, 10 abril 2024

José Maria Neves disse esperar que a Conferência de Barcelona da Década do Oceano das Nações Unidas seja “um catalisador de compromissos"

O Presidente de Cabo Verde disse ações, em sinergia com todas as entidades interessadas, para uma governança oceânica que opere de modo irreversível a “mudança da maré”.

Como patrono da Aliança da Década do Oceano e Champion da União Africana para a Preservação do Património Natural e Cultural de África, José Maria Neves disse, ao discursar na Conferência de Barcelona da Década do Oceano das Nações Unidas, que começou nesta quarta-feira, 10, em Barcelona, esperar que o evento seja “um catalisador de compromissos, com ações concertadas a nível local, nacional e internacional e com medidas tangíveis que propiciem a salvaguarda e o desenvolvimento sustentável dos oceanos”.

Ele também reiterou que Cabo Verde mantém o compromisso de buscar caminhos e respostas, bem como de empreender.

Entre as adversidades que assolam os mares e oceanos e que exigem respostas, o Chefe de Estado cabo-verdiano destacou “a ameaça das mudanças climáticas, a crise da poluição marinha e a perda de biodiversidade, passando pela pesca ilegal, migrações, tráfico de pessoas, de estupefacientes e armas, até à pirataria e terrorismo”.

Neste quadro, José Maria Neves afirmou que “as parcerias assumem uma preponderância ímpar, requerendo uma abordagem multilateral que fomente não só a partilha de conhecimento e as melhores práticas, mas também a partilha de tecnologia e o financiamento”.

Compromisso de Cabo Verde

“O repto a que temos de responder nesta Conferência, é o de sabermos se estamos ou não apetrechados com as respostas adequadas”, afirmou o Presidente cabo-verdiano, quem defendeu a promoção de “uma literacia oceânica inclusiva e holística, incluindo educação, formação, cultura, ciência e ambiente com o objetivo de assegurar o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas nº 14, no horizonte 2030”.

Ao falar sobre as ações de Cabo Verde, José Maria Neves ressaltou que o arquipélago “que tem no mar a sua maior riqueza natural, tem-se empenhado, incansavelmente, na promoção de uma governança oceânica eficaz e na gestão sustentável dos seus vastos recursos marinhos, tendo em vista a sua proteção e um crescimento inclusivo e ambientalmente sustentável”.

A título de exemplo, apontou que a designação de aproximadamente 7 por cento do mar territorial cabo-verdiano como áreas marinhas protegidas "uma demonstração do compromisso firme do país com a conservação da biodiversidade marinha”.

O Chefe do Estado também citou a recente inauguração do Centro Multinacional de Coordenação Marítima da Zona G, destacando o seu papel na cooperação regional e segurança marítima.

A Conferência da Década do Oceano 2024, organizada pela UNESCO, reúne 1.500 participantes, entre representantes dos Governos, dirigentes de setores ligados ao mar, organizações não-governamentais, universidades, empresas e sociedade civil.

A agenda inclui 40 oradores internacionais e 100 conferencistas.

O evento acontece três anos após o início da Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030) e espera-se que ela defina prioridades conjuntas para o futuro da década.

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