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Nova política dos EUA favorece governo cubano e não o povo, defendem activistas


Dissidentes cubanos dizem que as detenções da última semana de activistas pelas autoridades cubanas demonstram o que eles chamam de falácia da recente decisão do Presidente americano, Barack Obama

O restabelecimento das relações diplomáticas com a nação comunista, bem como no que toca a viagens e comércio, parece não estar a beneficiar o cubano comum.

Por isso, o grupo de mulheres activistas de Cuba, “Damas de Branco” tem apelado à libertação de presos políticos e à melhoria dos direitos humanos, mas elas não acreditam que a abertura do Presidente Obama a Havana vai trazer liberdade, como explica a líder do grupo, Berta Soler:

“Obama pensou que isso iria favorecer o povo cubano, mas não é o caso. Tudo o que vier dessa renovação de laços vai beneficiar o governo cubano e não o seu povo.”

Os dissidentes dizem que a detenção da artista cubana Tania Bruguera, na semana passada, é um exemplo da repressão continuada.

Bruguera e outras 50 pessoas foram detidas por planearem um evento na Praça da Revolução de Havana, pela liberdade de expressão. As autoridades libertaram-na e a algumas pessoas detidas, horas mais tarde.

Washington condenou as detenções, mas a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, foi pressionada a defender a nova política dos Estados Unidos: "Uma das razões pela qual avançámos com a mudança de política é porque queremos empoderar o povo cubano, dar-lhe melhores condições para promoverem a mudança positiva. E um ponto crítico das nossas acções é focarmo-nos na melhoria das condições dos direitos humanos, que sabemos que ainda é uma situação precária em Cuba”.

Jen Psaki informou os jornalistas que ainda não há uma palavra sobre a libertação dos 53 presos políticos que Havana prometeu libertar na sequência do anúncio do Presidente Barack Obama da normalização das relações.

Críticos desta abertura por parte dos Estados Unidos a Cuba, incluindo legisladores de ambos os lados, dizem que Obama recebeu pouco em troca, do lado de Havana, ao reduzir partes do embargo económico de décadas, incluindo investimentos de telecomunicações americanos.

E um editorial do jornal Washington Post apontou a detenção de Bruguera como uma evidência de que o Presidente deveria ter pedido protecção para os activistas pró-democracia em troca desta abertura.

Mas é em Cuba onde os dissidentes, como Elizardo Sanchez, se sentem mais desencorajados.

“Não vemos qualquer sinal de que o Governo queira fazer as reformas que o país precisa… por isso tudo continuará mais ou menos igual como tem sido nos últimos anos”, disse Elizardo Sanchez.

O 1 de Janeiro marcou 56 anos desde que Fidel Castro tomou o poder e lançou a Revolução cubana. Hoje, cubanos comuns esperam ver se a nova política americana vai ter impacto no seu dia-a-dia ou no governo desta ilha caribenha.

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