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Polícia moçambicana silenciosa em relação a alegados assassinos ruandeses


No comando da polícia da cidade de Maputo há no entanto uma confirmação tácita da detenção.

A polícia de Moçambique continua a manter o silêncio acerca da alegada detenção em Maputo dos supostos assassinos do antigo chefe dos serviços secretos do Ruanda, Patrick Karegeya, que estava exilado na África do Sul.

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No comando da polícia da cidade de Maputo há uma confirmação tácita da detenção, mas ninguém aceita dar voz alegando que o assunto é das instâncias superiores porque envolve estrangeiros.

Dois agentes da polícia envolvidos na operação da detenção são citados pelo jornal Correio da Manhã, publicado em Maputo, como tendo confirmado a detenção de um cidadão ruandês.

Mas no Comando Geral da Polícia, o general Pedro Cossa, porta-voz da corporação, disse que desconhece a detenção de cidadãos ruandeses em Moçambique em conexão com a morte de Patrick Karegeya, há uma semana num hotel de luxo na África do Sul.

Pedro Cossa prometeu, entretanto, dizer alguma coisa logo que tiver qualquer informação oficial sobre o assunto.

Há fortes suspeitas de que a morte do coronel Karegeya terá sido encomendada pelo presidente ruandês, Paul Kagamé, acusado de ter lançado uma caça frenética contra os seus opositores.

Patrick Karegeya foi director-geral dos serviços secretos das forças de defesa do Ruanda durante 10 anos, entre 1994 e 2004, tendo sido destituído da sua patente de coronel na sequência de desinteligências com o presidente Paul Kagamé. A seguir refugiou-se na África do Sul.

Entretanto, não é a primeira vez que Moçambique é envolvido num caso de assassinato de cidadãos ruandeses.

Em Outubro de 2012 o antigo director do Banco Ruandês de Desenvolvimento Teógéne Turatsinze foi assassinado em Moçambique por pessoas ainda desconhecidas.

O corpo do ruandês, que era vice-reitor da Universidade de São Tomás de Moçambique, foi encontrado amarrado e a flutuar na baía de Maputo.

Moçambique acolhe por questões humanitárias algumas dezenas de cidadãos ruandeses que fugiram do genocídio de 1994, mas no meio dos refugiados há outros ruandeses desconhecidos que são procurados pela justiça do seu país.

O Ruanda já solicitou o repatriamento de cidadãos procurados pela justiça, mas a sua identificação entre os refugiados acomodados no centro de Maretane, em Nampula, é considerada complexa.
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