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Paulo Portas critica "judicialização" das relações entre Portugal e Angola


Paulo Portas e George Chikoti
Paulo Portas e George Chikoti

Antigo vice-primeiro-ministro português lembra os portugueses e as empresas lusas em Angola.

O antigo vice-primeiro-ministro e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, afirmou neste sábado, 12, que Portugal não está em condições de substituir Angola na sua política externa e pediu que se evite a judicialização da relação entre os dois países.

Ao discursar na abertura do congresso do CDS, o último como presidente do partido que integrou o último Governo de Lisboa, Portas lembrou o "número de portugueses que lá vivem" e as empresas lusas que estão ou negoceiam com Angola e que ascendem a 10 mil.

Depois de recordar que " trabalhou muito para melhorar as relações com Angola", Paulo Portas defendeu um forte "compromisso" na relação entre os dois países.

"Apelo a todos - um apelo dirigido aos órgãos de soberania - a terem isto presente, a se lembrarem destes factos. A evitarem a tendência para a judicialização da relação entre Portugal e Angola", pediu o também deputado, para quem "o método do compromisso é o que melhores resultados produz entre países e Estados que têm afinidades".

O cessante presidente do partido mais à direita de Portugal lembra que o lugar que Lisboa deixar de ocupar em Angola "vai ser ocupado por outros países, se calhar os que se empenham em prejudicar as relações entre Portugal e Angola são exactamente os mesmos que gostariam de nos substituir em Luanda".

Ainda na sua intervenção em que se despediu da liderança do CDS depois de 16 anos, Paulo Portas admitiu, antes de defender esta posição em relação a Angola que ia usar uma "palavra politicamente incorreta", mas ressalvou que era em defesa do "interesse nacional".

A posição de Portas acontece no momento em que vários dirigentes angolanos estão a ser investigados, entre eles o vice-presidente Manuel Vicente, quando era o homem-forte da Sonangol.

Na última semana, Portugal e Angola manifestaram posições divergentes quanto ao país que deve indicar o próximo secretário-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Enquanto Portugal mantém a sua intenção de apresentar um candidato ao lugar, Angola acusou Lisboa de querer impor a sua posição na CPLP e defendeu que cabe a São Tomé e Príncipe indicar o próximo secretário-executivo da organização.

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