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Painel da ONU recusa estatuto de consultor ao Comité de Protecção dos Jornalistas


China, Rússia, Cuba, Venezuela, África do Sul, Burundi e mais quatro países votaram contra.

O Comité das Organizações Não Governamentais das Nações Unidas recusou na quinta-feira, 26, o pedido de estatuto de consultor junto do Conselho Económico Social ao Comité de Protecção dos Jornalistas (CPJ), organização de defesa da liberdade de imprensa com sede em Nova Iorque.

Esse estatuto permitiria ao CPJ ter acesso e acompanhar os órgãos e processos das Nações Unidas, nomeadamente o Conselho de Direitos Humanos, com sede em Genebra, junto do qual as organizações credenciadas podem apresentar relatórios e opiniões diferentes dos submetidos pelos Estados.

China, Rússia, Cuba, Venezuela, África do Sul, Burundi e mais quatro países votaram contra o pedido do CPJ, enquanto apenas seis votaram a favor, entre eles, Estados Unidos, Israel, Guiné-Conacri e Mauritânia, e três se abstiveram.

Os Estados Unidos reagiram de imediato e a embaixadora junto das Nações Unidas, Samantha Power, prometeu trabalhar para reverter essa decisão “ultrajante” do painel.

O pedido de adesão da CPJ foi feito em 2012 e a votação foi adiada em sete ocasiões pela Comissão das ONG da ONU, muito criticada por ser integrada por países com um historial de violação dos direitos humanos, como Rússia, China, Azerbaijão, África do Sul, Sudão, Venezuela e Cuba.

"É triste que a ONU, que assumiu a defesa da liberdade de imprensa por meio de resoluções do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral e da adopção do Plano de Acção das Nações Unidas, tenha negado atribuir a credencial ao CPJ, que tem um conhecimento profundo e que poderia ajudar a tomar decisões úteis ", comentou o director executivo daquela organização.

Joel Simon acusou “um pequeno grupo de países com péssimo historial em matéria de liberdade de imprensa de recorrer a tácticas burocráticas dilatórias para sabotar e minar qualquer esforço de revelar as suas políticas” em matéria de direitos humanos.

O CPJ tem apresentado vários relatórios sobre violações da liberdade de imprensa em países e zonas de conflito e de defesa dos jornalistas em todo o mundo.

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