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Desalojamentos deixam feridos e críticas em Benguela


Residentes acusam a polícia de tortura e roubo.

Quatro pessoas ficaram feridas numa acção de desalojamento, no último final de semana, em Benguela, levada a cabo pela Polícia na Zona B do município sede.

Dezasseis moradias foram destruídas, prevendo-se que muitas outras venham a conhecer o mesmo destino nas próximas horas.

No local, no bairro Viva a Paz continuam agentes da Polícia e funcionários da Administração, que impedem a movimentação das famílias.

Enquanto se procedia à destruição das primeiras de um total de trinta casas, na presença de fiscais da Zona B, a Polícia carregava forte sobre moradores do bairro.

“Encontraram-me a dormir, com as crianças, meteram-me fora e partiram a casa. Até bateram as crianças no chão, antes de terem partido 16 casas’’, salienta a moradora Emília, que acusa os agentes de terem levado quatro motorizadas.

De regresso, conta a fonte, voltaram a torturar, com coronhadas de armas, por isso há pessoas feridas. ‘’Não temos onde morar’’, lamenta.

A senhora Emília, que reside no Viva a Paz há um ano, integra um grupo de 100 cidadãos que conseguiram terrenos no ano de 2006, quando ninguém imaginava que os lotes viessem a ser tão valorizados como agora se observa.

A maior parte não construiu por dificuldades financeiras, mas viu o seu material de construção ser arrasado.

Há quem acuse a Administração zonal de estar a fazer negociatas, tirando proveito do discurso sobre as reservas fundiárias.

“Na Sexta-feira, dia em que fomos agredidas e enxotadas, o comandante Kundy, da Polícia, disse-nos que ‘os terrenos já foram vendidos’. Queremos saber a quem, se eles dizem que é reserva fundiária’’, acrescenta a mesma fonte.

Os desalojados que estão abrigados em casas de familiares, pedem-se contas ao administrador comunal.

“Eu queria saber há quanto tempo está no poder o Sr. Catumbela’’, diz a dona Dina, que lembra encontrar-se naquele espaço há muito, para concluir que “trabalhámos aqui com as nossas mães, por isso o espaço é nosso’’.

A VOA tentou contactar o administrador da Zona B, Manuel Catumbela, mas sem sucesso.

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