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Nigéria: Governo tenta impedir caça em Kaduna para travar vírus Ébola


No momento em que a época da caça está prestes a começar alguns caçadores dizem que apesar do risco vão voltar ao trabalho.

O governo nigeriano está a promover uma campanha para impedir a caça ou a captura de animais selvagens temendo uma maior propagação do vírus Ébola.

Contudo no momento em que a época da caça está prestes a começar no final da época das chuvas alguns caçadores dizem que apesar do risco vão voltar ao trabalho.

Ontem na cidade de Kaduna, 6 homens de uma aldeia remota trouxeram seis pequenos babuínos treinados procurando uma audiência para o seu espectáculo.

Normalmente quando os animais amestrados chegam à cidade muitas pessoas juntam-se em torno deles para os observar dançando ou imitando fazendeiros e pastores nas suas vestes locais.

Mas com o vírus Ébola a poucas centenas de quilómetros ninguém se chega perto dos animais, tal como disse à reportagem Shola Adebayo, pai de 5 crianças: “ Não posso permitir que as minhas crianças cheguem perto dos macacos ou de outros animais. A realidade é que essa doença está a ser transmitida rapidamente”.

Desde a ocorrência do primeiro caso de Ébola na Nigéria em Julho passado, o governo tem vindo a levar a cabo uma campanha à escala nacional encorajando melhores medidas sanitárias e desencorajando as pessoas de comerem animais selvagens que podem transmitir o vírus Ébola através dos seus fluidos.

Desde o início do surto de Ébola na África Ocidental em Fevereiro mais de 1400 pessoas morreram principalmente na Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri para além dos casos registados na Nigéria.

No fim-de-semana a República Democrática do Congo tornou-se no quinto país a verificar casos de Ébola este ano. Alguns especialistas dizem contudo que o vírus presente nesse país é de outra estirpe e que poderá não estar relacionado com o que está a afectar a África Ocidental.

Um porta-voz do estado de Kaduna, Ahmed Maiyakim, disse-nos que as forças de segurança estão a fazer cumprir a proibição de caça de modo a tentar para com a venda de carne de animais bravios nos mercados locais: “Nós temos a responsabilidade de salvaguardar as vidas do nosso povo. Estamos portanto a pedir a toda a gente que cumpra com a lei e se abstenham de fazerem coisas que podem ser perigosos para a saúde pública e causar mortes.”

Resta agora saber se a campanha terá sucesso ou se a necessidade de alimentos poderá suplantar o medo do vírus Ébola.

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