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Namibe: Fome afugenta crianças dos Centros Infantis Comunitários


«Foram matriculadas 80 crianças, e desde de Fevereiro até hoje, nunca mais fomos abastecidos em bens alimentares. Portanto, a partir desta data deixamos de dar de comer as crianças".

As políticas de implementação dos Centros Infantis Comunitários (CIC) ao nível da província do Namibe, à beira do fracasso. A falta de apoios logísticos que regista, para se assistir e manter os petizes presentes e saudáveis nos CIC’s é uma das grandes dificuldades vividas no programa em causa.

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A maior parte dos centros comunitários infantis, na província do Namibe, sob a tutela da Direcção Provincial da Assistência e Reinserção Social, há muito deixaram de prestar assistência alimentar as crianças, e como consequência, nenhum dos petizes aceita passar a fome nestes centros infantis, implementados por força do programa do estado angolano, um pouco pelo país.

Na localidade do Caraculo, que dista a 60 km da cidade do Namibe, afecta a Comuna do Kapangombe, Município da Bibala, a exemplo de outros centros infantis existentes, dos oitenta petizes matriculados, hoje, apenas duas crianças frequentam aquele centro.

A fome, segundo revelou, Rosa Calumbo, responsável do CIC, é um dos principais problemas que leva as crianças rejeitar aqueles serviços nobres.

«Foram matriculadas 80 crianças, e desde de Fevereiro até hoje, nunca mais fomos abastecidos em bens alimentares, portanto, a partir desta data que deixamos de dar de comer as crianças, nomeadamente pequenos-almoços e almoços, os petizes também deixaram de aparecer.

Apenas têm vindo duas ou três, as demais já não vêm, aqui é uma área seca, com a fome tudo fica difícil», esclareceu a responsável do CIC, Rosa Calumbo.

Além da falta de assistência alimentar as crianças nos centros infantis comunitários, os funcionários também abandonaram os serviços, alegando a falta de honestidade no que diz respeito ao cumprimento dos contratos celebrados com a direcção do MINARS, conhecido por “Comida pelo trabalho".

Rosa Calumbo, a única trabalhador efectiva do estado, passou a fazer tudo, desde de limpeza ao resto trabalho, porque suas colegas que tem o contrato de trabalhadoras eventuais, a serem pago comida pelo trabalho, por não terem recebido o que lhes diz respeito, correspondente aos dois meses, decidiram abandonar os serviços.

A Directora Provincial do Namibe da Assistência e Reinserção Social, Lemba Lopes, instada a pronunciar-se do caso, disse que as dificuldades vividas, têm muito a ver com o fraco apoio em bens alimentares, pelos órgãos centrais de tutela.

Defende por outro lado a cabimentação orçamental dos centros infantis, no quadro da municipalização dos serviços e bens, tal como acontece com a merenda escolar nas instituições escolares locais.

«É urgente, também a institucionalização da merenda escolar nos centros infantis comunitários», revelou a responsável do MINARS, no Namibe.

Lemba Lopes defendeu-se igualmente que a problemática do pessoal para os centros comunitários infantis ultrapassa o âmbito daquela instituição, tratando-se dos concursos públicos para admissão do pessoal.
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