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Namíbe: 50 jovens estudantes desmaiam e geram pânico


Dezenas de jovens desmaiaram na escola e foram levadas para o hospital do Namibe
Dezenas de jovens desmaiaram na escola e foram levadas para o hospital do Namibe

No meio desta aflição houve quem tenha feito acusações: «Antes da vinda dos chineses para o país, não tínhamos estes problemas»

Cerca de 50 meninas, estudantes da escola do primeiro ciclo Gabriel Kwanhama desmaiaram sem explicação aparente e foram prontamente socorridas no hospital Ngola Kimbanda, causando pânico no seio das respectivas famílias.

«Oh meu Deus», estão a dar o quê, estão a dar o que na escola? A polícia tem que trabalhar, o governo tem que trabalhar, para nos acudir. Ontem escutei no noticiário e hoje os desmaios chegaram no Namíbe? Oh! meu Deus, quero ver a minha filha, quero ver a minha filha», chorava amargamente uma das progenitoras das vítimas, defronte ao banco de urgência do Hospital Provincial Ngola Kimbanda.

Dezenas de jovens desmaiaram na escola
Dezenas de jovens desmaiaram na escola

No meio desta aflição houve quem tenha feito acusações: «Antes da vinda dos chineses ao país, não tínhamos estes problemas», clamava igualmente mãe de uma das sinistradas.

Outros encarregados de educação não resistiram o cordão de segurança, instalado no banco de urgência que visou impedir actos de perturbação a equipa técnica de saúde que presta assistência aos pacientes.

«A filha é minha! Se ela morrer, eu é fico prejudicado, quero ver a minha filha, não me empurre, quero ver a minha filha, se ela está ou não com vida», insistiu o pai de uma das meninas, que depois foi convencido pelo médico em serviço, o Dr. Carvalho e pelo comandante dos Bombeiros, José Catraio.

Bombeiros e populares ajudaram a acudir às jovens
Bombeiros e populares ajudaram a acudir às jovens

A solidariedade foi total, os namibenses juntaram-se aos esforços do corpo dos bombeiros e protecção civil no socorro às vidas atingidas por este misterioso clima de desmaios, cujas causas, estão ainda por se definir, reconheceu publicamente o comandante dos Bombeiros e protecção civil José Catraio.

«Realmente, é um trabalho que teremos que fazer em conjunto, bombeiros, polícia, jornalistas e sociedade civil em geral. A sociedade toda faz parte da protecção civil, como pode ver, uma enfermeira aqui no hospital também desmaiou! Portanto, precisamos de trabalharmos todos, no sentido de que o fenómeno seja esclarecido o mais urgente possível», referiu.

50 estudantes foram socorridas no hospital
50 estudantes foram socorridas no hospital

Alguns encarregados de educação exigem das autoridades governamentais o esclarecimento do fenómeno o mais urgentemente possível.

«Eu sou José Francisco Guiné, as cidades de Luanda e de Cabinda estão em pânico e agora o Namíbe! Pedimos às autoridades governamentais, sobretudo à polícia para que reveja esta situação com urgência e responsabilidade. É demais e já leva muito tempo! As pessoas precisam de viver em segurança, as crianças estão fim do ano lectivo e não pode existir este tipo de coisas», desabafou.

Os vice-governadores António Correia e Maria dos Anjos Mahove, presentes no hospital, de imediato providenciaram a necessidade de se proceder a transferência para outras unidades hospitalares da província, algumas das vítimas, tendo em conta a falta de espaço, para melhor acomodação e tratamento das estudantes, segundo assegurou a vice-governadora Mahove.

Os rapazes, estudantes nas mesmas salas de aulas, não foram tocados por este mal. Romão Martins, estudante da Escola Gabriel Kwanhama testemunhou o cenário, tendo inclusive filmado no seu telemóvel os desmaios das colegas. Três polícias também desmaiaram na casa de banho, quando foram a vistoriar, disse. “É urgente que o governo reveja esta situação que nos perturba bastante”, acrescentou.

Apenas uma menina considerada em estado grave foi evacuada para o hospital pediátrico. Os médicos admitiram a necessidade de receber oxigénio.

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