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Músicos levantam-se contra a pirataria no Malawi


Paulo Flores, Neyma e Kalu Mendes
Paulo Flores, Neyma e Kalu Mendes

A ideia é ir para a rua e vender os seus próprios discos, evitando o intermediário, uma realidade presente na maior parte dos países africanos

Paulo Flores, cantor angolano, comentou há uns anos que não era contra a pirataria. Referia-se às vendas de discos na rua. Na sua perspectiva, uma pessoa que mal tem dinheiro para o pão, mas tira um pouco para poder comprar um disco seu, mesmo que seja pirata só o pode deixar feliz, porque é de pequenos actos como esse que o artista se torna conhecido.



Em África, encontrar discos pirateados na rua por um valor muitas vezes inferior a 10 dólares americanos é muito comum. As ruas de Maputo, Luanda, São Tomé e tantas outras estão cheias de jovens que “dão” música a quem quiser comprar, sempre com as melhores novidades do mercado, capa impressa tal e qual o original e músicas descritas.

No Malawi, os músicos levantaram-se contra a pirataria e decidiram ir para as ruas vender o seu disco, porque apesar da fama que alcançam ao tocar nas rádios, os resultados oficiais das vendas não são os expectáveis, porque é nos discos pirateados que o sucesso é maior e nada disso contribui para o seu sucesso financeiro.

“O maior problema aqui no Malawi é a pirataria. Honestamente tem sido uma caminhada dura para todos nós, porque ainda que se tenha um álbum fantástico, conhecido em quase todo o país isso não se reflecte nas nossas vendas”, conta à VOA Thocco Katimb, músico local.

A lei no Malawi condena a pirataria, mas também não está de acordo com a decisão dos músicos. O COSOMA (Sociedade Oficial de Copyright do Malawi) alerta os músicos que se avançarem com esta decisão correm o risco de serem processados, porque não colocaram o selo de direitos de autor nos seus discos e/ou produtos, o que é contra a lei dos direitos de autor de 1989, do país.
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