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Mortalidade materna: Problema alarmante em Moçambique


Moçambique: Mortalidade materna continua a ser preocupante
Moçambique: Mortalidade materna continua a ser preocupante

Actualmente em cada 100 mil nados vivos registam-se pelo menos 400 mortes maternas.

A gravidez precoce, a falta de planeamento familiar e a insuficiência de unidades sanitárias são apontados como factores que contribuem para o maior índice de mortalidade materna em Moçambique.
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Actualmente, estima-se que em cada 100 mil nados vivos, registam-se pelo menos em Moçambique, 400 mortes maternas, número considerado ainda muito alto, se tivermos em conta que as projecções dos objectivos do milénio, prevê apenas 250 mortes maternas em cada 100 mil nados vivos. Os resultados dos chamados objectivos do Milénio serão conhecidos em 2015.

Chalete Gabriel Jackson, uma jovem activista da Associação Amigos da Criança e Boa Esperança, uma agremiação sediada na província moçambicana do Niassa, diz que as adolescentes entre os 12 e 18 anos que engravidam confrontam-se com diversos problemas, entre eles, destaca os familiares e os médicos.

A activista refere com frequência as adolescentes grávidas não recebem assistência ou apoio familiar, confrontando-se assim com muitos problemas durante a gestação, os quais, em consequência, cria problemas na hora do partos.
A Associação Coalizão da Juventude Moçambicana é uma organização juvenil, pioneira na concepção e desenvolvimento de acções viradas aos direitos sexuais em Moçambique.

O presidente da associação, Alex Muianga, diz que a Coalizão tem recebido informações de que crianças entre 11 e os 13 anos de idades, abandonam diariamente a escola, porque os pais lhes organizam casamentos, violando assim os seus direitos. E uma das consequências destes casamentos arranjados e forçados, é o aumento nesta faixa etária, do número de abortos clandestinos, feitos por desespero, devido por um lado ao abandono familiar e por outro lado, a falta de alguém que assuma a paternidade.

Edite Fonseca, directora provincial da justiça em Nampula confirmou que o organismo que dirige recebe diariamente queixas de adolescentes que depois do parto, o pai da criança se recusa a registar o filho como seu; pais que não assumem a gravidez e outros que para se livrar da gravidez fogem para lugares incertos.
Importa referir que na província de Nampula, 40 porcento da mortalidade materna, se verifica entre nas mulheres com menos de 24 anos.

Por outro lado, anualmente um milhão de mulheres dão à luz em Moçambique, 5 porcento o faz através de cesariana.
Alex Muianga diz que grande parte das raparigas que conceberam de forma precoce, “estão com o futuro complicado, na medida em que tiveram perfuração do útero e contraíram infecções nas trompas.”

Numa entrevista recente concedida à nossa reportagem, a médica Gineobstetrica do Hospital Central de Nampula, Emília Fernanda, disse sem avançar dados estatísticos que de facto, como consequências da gravidez precoce associadas à falta de assistência médica, na hora do parto, a maior parte das adolescentes acabaram por ter complicações médicas comprometendo assim maternidades futuras.
Por sua vez, o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), diz que a mortalidade Materna em Moçambique, não está diminuir até ao nível previsto nos Objectivos de Desenvolvimento de Milénio.

De acordo com, Astrid Bant, Representante Adjunta do Fundo das Nações Unidas Para a População em Moçambique, enquanto jovens com menos de 20 anos continuarem a conceber de forma precoce, Moçambique vai continuar a exibir índices altos de mortalidade materna.
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