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Dívida moçambicana é insustentável, dizem alguns economistas


Governo confia no gás natural, cuja exploração ainda não iniciou.

O director do Instituto de Estudos Económicos e Sociais, António Francisco, diz que o governo de Moçambique vai, provavelmente, ter que aceitar um resgate, porque não tem capacidade para pagar a elevada dívida externa do país.

O governo afirma que a dívida externa moçambicana, estimada em mais de nove mil milhões de dólares, ainda é sustentável.

Dívida moçambicana é insustentável, dizem alguns economistas
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Alguns economistas consideram que essa sustentabilidade se baseia na expectativa de que a dívida possa ser paga através de rendimentos resultantes da exploração de certos recursos, sobretudo o gás natural.

O académico António Francisco discorda desta posição e refere que a dívida já não é sustentável em termos de capacidade produtiva e do investimento que está a ser realizado.

"Vimos a retracção do investimento, vimos as agências do rating que colocam Moçambique na situação de incumprimento", realçou o director do IESE.

Francisco é de opinião de que o governo moçambicano joga com essa posição "na expectativa de que se vier a ter rendimentos possa vir a cobrir mas, obviamente, que agora que os doadores abandonaram o orçamento, o principal actor económico que devia inspirar confiança, que é o Estado, deixou de inspirar essa confiança".

"Vamos ver se o Estado vai conseguir recuperar a confiança dos credores. O ministro das Finanças, Adriano Maleiane, disse recentemente, que precisava de quase 300 milhões de dólares de pagamento de dívida e nós vamos ver onde é que ele vai buscar esse dinheiro", destacou.

Recordou que o próprio ministro das Finanças teve que renegociar a dívida da Empresa Moçambicana do Atum - EMATUM, "e agora apareceram outros endividamentos que não estão renegociados, e não sabemos como é que isso vai ser feito, pelo que, muito provavelmente, vão ter que aceitar um resgaste para poder gerir este endividamento".

Refira-se que a maioria dos principais parceiros de cooperação, incluindo o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, suspenderam o seu apoio a Moçambique, após a revelação de dívidas ocultadas nas contas públicas.

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