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MISA-Angola condena polícia por "reter" jornalistas americanos em Luanda


Jornalistas que trabalham para o Washington Post foram impedidos de fotografar.

O correspondente do Washington Post para a África Oriental e Austral, baseado no Quénia, Kevin Sieff, e a foto-jornalista freelance ao serviço do mesmo jornal, Nicole Sobeck, foram retidos durante algumas horas na segunda-feira, durante uma visita ao hospital dos Cajueiros, no Cazenga, em Luanda.

A denúncia foi feita pelo Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA-Angola) que, em comunicado, disse repudiar o acto.

“O incidente deu-se por volta das 16 horas, no interior do estabelecimento, quando a fotógrafa quis capturar imagens de uma sala onde, presume-se,encontravam-se doentes deitados no chão”, diz o comunicado do MISA-Angola, adiantando que os agentes da segurança confiscaram os seus equipamentos e submeteram os profissionais a um interrogatório “que teve início no posto policial do hospital, e prosseguiu na 18ª esquadra no Cazenga, para onde foram transferidos”.

Os profissionais passaram pelo hospital quando regressavam do Cazenga, que visitaram, enquanto bairro típico da cidade capital.

Kevin Sieff e Nicole Sobeck, de nacionalidade americana, encontravam-se em Angola a convite do Fundo Soberano de Angola presidido por José Filomeno dos Santos, filho do Chefe de Estado.

A cena foi presenciada pelo jornalista angolano Cândido Mendes, que acompanhava os americanos.

Entre outras perguntas feiras, os investigadores quiseram saber, de acordo com o MISA-Angola, “porque escolheram o Cazenga, a tanta distância das Ingombotas (?) em referência ao hotel onde se encontravam hospedados... Há quanto tempo trabalhas(?)”.

“O MISA-Angola deplora o modo repetido como este género de incidentes passaram a ocorrer, nada abonatório para o país que quer apresentar-se na arena regional e ao mundo, como sendo um Estado Democrático, de constituição formal”, diz a organização que questiona por que razão os polícias não apresentaram queixa contra os jornalistas, caso estivessem a infringir alguma lei.

“A resposta é simples: não crime!”, escreve a MISA-Angola, que denuncia ainda que “a polícia está a tornar-se no principal violador da lei, por ´abusos de autoridade´, conforme o artigo 291 do Código Penal”.

O MISA-Angola denuncia ainda que os cartões de memória das câmaras dos profissionais de imprensa ficaram com a polícia.

Até agora, nem o Washington Post nem a Embaixada dos Estados Unidos em Luanda e nem as autoridades angolanas reagiram à notícia.

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