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Manuel Vicente indiciado de corrupção em Portugal


Manuel Vicente, vice-presidente de Angola
Manuel Vicente, vice-presidente de Angola

Vice-presidente de Angola envolvido na "operação Fizz" do Ministério Público português.

O vice-presidente de Angola está indiciado de crime de corrupção activa pelo Ministério Público de Portugal, no âmbito da “operação Fizz” que levou à detenção do procurador Orlando Figueira.

A notícia é avançada pela agência Lusa, que cita uma fonte do processo, em que Vicente e o advogado dele, Paulo Branco, são acusados do coautores do crime.

Orlando Figueira foi o procurador responsável pelos processos "BES Angola" e "Caso Banif", relacionados com capitais angolanos, que, no entanto, arquivou.

O advogado Paulo Blanco foi nesta quarta-feira, 24, constituído arguido e alvo de buscas no seu escritório de advocacia, como o próprio confirmou à Lusa.

Manuel Vicente é indiciado pelo facto de duas transferências bancárias num montante de 200 mil euros terem sido feitas para uma conta de Orlando Figueira pela Primagest, uma sociedade controlada pela Sonangol, precisamente quando o actual vice-presidente de Angola era o homem forte da companhia estatal angolana de petróleo.

As transferências foram realizadas a 16 de Janeiro de 2012, no mesmo dia em que o então magistrado do DCIAP arquivou um inquérito-crime sobre branqueamento de capitais relacionado com Manuel Vicente.

O dinheiro foi depositado numa conta aberta aparentemente de propósito no Banco Privado Atlântico Europa – a filial portuguesa do angolano BPA – e cujo beneficiário era Orlando Figueira.

Esses valores viriam a ser mais tarde declarados pelo ex-procurador como rendimento do trabalho.

O advogado Paulo Branco afirmou que o processo “não tem pés nem cabeça”, mas revelou que "na tese da investigação, Manuel Vicente é o corruptor".

Esta é a primeira vez na história do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), um departamento de elite do Ministério Público em Portugal dedicado às investigações mais complexas de crimes de colarinho branco e de criminalidade organizada, que um dos seus elementos é alvo de um processo-crime.

É também a primeira vez que um membro do Governo de Angola é indiciado de corrupção em Portugal, apesar de várias figuras ligadas ao regime de Luanda terem sido investigadas, mas sem outro tipo de processo.

Desconhece-se, por agora, a reacção de Manuel Vicente que, no entanto, goza de imunidade na qualidade de vice-presidente de Angola.

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