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Mães de activistas angolanos fazem campanha para pagar uniformes dos filhos


Mães de activistas em protesto (Arquivo)
Mães de activistas em protesto (Arquivo)

"Este ressarcimento é o registo público e claro de uma exigência popular: que a seu tempo seja devolvido ao Estado tudo o que os dirigentes angolanos roubaram", dizem.

As mães dos 17 activistas angolanos condenados pelos crimes de rebelião, tentativa de golpe de Estado e associações de malfeitores lançaram uma campanha internacional de angariação de fundos para comprar uniformes que, segundo as autoridades prisionais, foram destruídos pelos filhos.

"O único objetivo da campanha internacional é a angariação de fundos para aquisição dos uniformes prisionais que vossas excelências acusam os nossos filhos de terem destruído, pelo facto de terem escrito neles palavras acerca das injustiças de que são alvo, bem como por terem afirmado que o Presidente é um ditador", lê-se na carta atribuída às mães dos activistas, dirigida na semana passada aos ministros do Interior e da Justiça e ao Procurador-Geral da República.

As signatárias dizem que uma vez que os uniformes prisionais são propriedade do Estado, “queremos que aquilo que é do Estado seja devolvido ao Estado em boas condições, independentemente da sentença que surja dos malabarismos judiciais do poder para esta acusação”.

Recorde-se que durante o julgamento, vários dos activistas escreveram frases contra o Presidente da República, tendo sido por sido processados.

"É nosso dever, como mães de filhos de Angola, pagar os uniformes prisionais que foram, segundo as autoridades, vandalizados”, dizem as mães que acrescentam: “este ressarcimento é o registo público e claro de uma exigência popular: que a seu tempo seja devolvido ao Estado tudo o que os dirigentes angolanos roubaram".

Condenados a 28 de Março a penas de prisão que vão dois anos e três meses a oito anos e seis meses, os 17 activistas foram soltos na quinta-feira, 29 de Junho, pelo Tribunal Supremo que deu provimento ao habeas corpus apresentado pela defesa.

Agora, aguardam sob o Termo de Identidade e Residência o julgamento do recurso pelo Tribunal Supremo da sentença do Tribunal Provincial de Luanda.

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