Em Moçambique, as opiniões dividem-se quanto à continuidade de Daviz Simango na liderança do Movimento Democrático de Moçambique(MDM), havendo quem defenda que, tendo em conta os maus resultados obtidos nas eleições do ano passado, ele devia passar o poder a Manuel de Araújo, o edil de Quelimane, na província central da Zambézia. Mas há opiniões contrárias.
O desempenho do MDM e do seu presidente nas eleições do ano passado deixou muito a desejar, e há quem diga que Daviz Simango é responsável por isso, porque a sua liderança é fraca e ele não tem carisma.
Refira-se que entre os três candidatos às presidenciais de 2014, Daviz Simango foi o menos votado, com cerca de seis por cento dos votos.
O sociólogo Fernando Nhantumbo diz que a avaliação que se faz à liderança de Daviz Simango não é correcta, "porque neste momento, eu não vejo dentro do MDM, ninguém com o mesmo carisma, com a mesma capacidade de liderança como Daviz Simango".
Há quem diga que o presidente do Conselho Municipal de Quelimane, Manuel de Araújo devia assumir a liderança do MDM, mas Nhantumbo diz que ele não tem carisma nem capacidade para dirigir o partido.
Do outro lado, o analista político Laurindos Macuácua diz ser necessário "refrescar a liderança do MDM, embora eu não saiba se Manuel de Araújo seria a pessoa mais indicada para substituir Daviz Simango, que tem sido criticado pela forma como tem dirigido o partido".
Ao analisar mais a fundo esta questão, o sociólogo Moisés Mabunda, diz que problemas de organização afectam também os outros partidos da oposição em Moçambique, o que faz com que não consigam explorar, na sua plenitude, as fragilidades da Frelimo.
Mabunda afirma que os partidos não têm nenhuma proposta alternativa devidamente elaborada e com pilares bem assentes no chão, "capazes de os moçambicanos compreenderem e dizerem sim, esta é uma alternativa para a governação do país".