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Liberdade no Mundo 2024: Relatório não surpreende ativistas em Angola e Moçambique


Polícia com cães na Beira impede marcha de homenagem ao rapper Azagaia, Moçambique, 18 Março 2023
Polícia com cães na Beira impede marcha de homenagem ao rapper Azagaia, Moçambique, 18 Março 2023

Analista sao-tomense diz que o relatório não revela a situação no país.

A liberdade diminuiu no mundo pelo 18º. ano consegutivo e pelo 10º. ano em África, com Cabo Verde a ser considerado o país mais livre do continente, pela Freedom House, no seu relatório “Liberdade no Mundo 2024: Os Danos Crescentes dos Imperfeitos, Eleições e Conflitos Armados", publicado na quinta-feira, 28.

Entre os países lusófonos, Angola é o único que se mantém no grupo de Países Não Livres, enquanto Guiné-Bissau e Moçambique continuam na categoria de Países Parcialmente Livres.

Liberdade no Mundo 2024: Relatório não surpreeende ativistas em Angola e Moçambique
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São Tomé e Príncipe é o terceiro país mais livre, depois de Cabo Verde e das Ilhas Maurícias.

O relatório não surpreende ativistas da sociedade civil e analistas em Angola e Moçambique, enquanto em São Tomé e Príncipe há quem questione os dados do documento.

O documento destaca as eleições na Nigéria, Zimbabwe e Madagáscar que foram marcadas pela violência política e acusações de fraude, enquanto conflitos no Sudão e na República Democrática do Congo estiveram na origem de violações devastadoras dos direitos humanos.

No continente africano, 14 países registaram uma diminuição da pontuação contra cinco que registaram melhorias.

A nível global, o documento mostra que a liberdade diminuiu pelo 18º ano consecutivo, à medida que os direitos políticos e as liberdades civis deterioraram-se em 52 países, o que representa um quinto da população mundial.


Essa redução, segundo a Freedom House, ofuscou a melhoria da situação da liberdade em 21 países.

Em Angola, o coordenador da organização não governamental OMUNG, diz não estar "surpreso porque cada dia é uma luta pela liberdade aqui".

João Malavindele, diretor da OMUNGA - organização de direitos humanos angolana
João Malavindele, diretor da OMUNGA - organização de direitos humanos angolana

João Malavindele lembra que ativistas estão presos apenas por manifestaren as suas opiniões, enquanto recentemente "três foram detidos por pretenderem protestar contra o aumento dos preços da cesta básica.

Em Moçambique, também o relatório não surpreende num ano eleitoral em que houve muitos protestos e com o país numa situação de guerra em Cabo Delgado.

Décio Alfazema, diretor de programas do Instituto para a Democracia Multipartiária, considera que "as indicações apontam para uma tendência em que alguns direitos podem estar a ser limitados" e sublinha que "este cenário aponta ainda para uma situação em que o país ainda não conseguiu alcançar a sua estabilidade em termos de instituições".

Por seu lado, o analista político são-tomense Liberato Moniz afirma ter ficado surpreendido com o relatório que coloca o país como o terceiro mais livre em África.

"Entendo que este relatório não traz a realidade daquilo que nós vivemos em São Tomé e Principe nos últimos dois anos", afirma Moniz, lembrando que até hoje se desconhecem os resposáveis das torturas e mortes do 25 de novembro de 2022.

Aquele observador político sugere que esses relatórios têm de refletir a realidade e não serem feitos apenas "à base da regularidade das eleições em São Tomé e Príncipe.

Acompanhe a reportagem.

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