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Liberdade de imprensa em Angola está em perigo, dizem analistas


Relatórios internacionais põem Angola como pior país lusófono

A falta de liberdade de imprensa em Angola não deve surpreender e de facto a situação deverá piorar, disseram analistas contactados pela Voz da América.


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Esses analistas disseram que a detenção e agressão contra jornalistas no exercíco da sua actividade adequada-se à lógica do autoritarismo e contribui para classificação de Angola nas piores posições em relatórios internacionais sobre a liberdade imprensa no mundo.

Essa repressão ficou sublinhada recentemente quando jornalistas foram vitimas de acção policial quando faziam a cobertura de uma manifestação de jovens, que tal como em vezes anteriores, foram atacados pela polícia.

Não são poucas as vezes que dezenas de jovens são reprimidos por recoorerem ao direito de manifestação para exprimir o seu desagrado em relação à governação do país.

Na sequência da represssão das autoridades os jornalistas não têm escapado. Recentemente três jornalistas que cobriam a sessão de julgamento de alguns jovens manifestantes foram agredidos e detidos pela polícia de intervenção rápida_PIR. Esta situação ocorre numa altura em várias organizações internacionais publicam relatório nos quais Angola figura nas piores posições em termos de liberdade de expressão e de imprensa.

No relatório publicado pela organização internacional Repórteres Sem Fronteira Angola é classificada como o pior país de toda a lusofonia em termos de liberdade de imprensa ocupando a posição 130 de um total de 179 países.

Na recente lista dos países onde não há liberdade de imprensa publicada pela Freedom House Angola figura igualmente na pior posição, afirmando que apesar das garantias constitucionais da liberdade de expressão os jornalistas angolanos praticam a auto censura.

Na Quinta-feira 19 de Setembro, perto de uma dezena e meia de manifestantes foram detidos pela polícia nacional em consequência de mais um acto público de protesto que realizavam no centro da capital.

Poucos minutos após a absolvição dos activistas pelo tribunal, a polícia voltou a prende-los e desta vez não poupou os jornalistas que faziam a cobertura do acto. Rafael Marques Jornalista e activista dos Direitos Humanos, Alexandre Neto Presidente do Conselho de Governadores do Instituto de Comunicação Social da África Austral e Koque Mukuta correspondente da emissora Voz da América foram brutalmente espancados.

O Analista de assuntos sociais e políticos Reginaldo Silva diz não haver novidades nestes relatórios, porquanto os documentos não passam de uma confirmação de que a liderdade de imprensa em Angola não goza de boa saúde.

O Jornalista e docente universitário Domigos da Cruz enquadra esta atitude da polícia na cultura da violência que se instaurou no país. O jornalista diz não estar surpreso com a referida atitude, por se adequadar à lógica do autoritarismo, por isso perspectiva um futuro cada vez mais reprimente para os profissionais de imprensa em Angola.

O sindicato dos Jornalistas angolanos já manifestou o seu veemente repúdio em face do comportamento repressivo das autoridades.

Para o órgão de defesa dos Jornalistas Angolanos a detenção dos profissionais confirma a total falta de garantias que o exercício da actividade jornalística tem em Angola, com uma tendência que se agrava sempre que os interesses do poder político estejam em causa".

O sindicato diz que vai informar instâncias internacionais do sucedido e lançar uma campanha para o livre exercício da profissão.

Teixeira Cândido Secretário Geral Adjunto do Sindicato dos Jornalistas Angolanos comentando o estado da liberdade de imprensa em Angola concordou com os relatórios publicados por organizações internacionais.

O Sindicalista apontou a detenção de jornalistas como factos que contribuem bastante para classificação do estado angolano nas piores posições.

Em relação à classificação de Angola Reginaldo Silva afirma que há controlo político da mídia pública e é esse controlo que define a sua maior ou menor abertura.

O analista fala em vitória política do partido no poder que controla a mídia pública, porém ressalta alguns paradoxos pelo facto do pais ser estável, do ponto de vista político controlado, com uma maioria absoluta do poder político, com forças militares de referência para o continente africano e sobretudo um estado de permanente consultas inter-africanas para solução de conflitos.

Angola aderiu recentemente a seis Convenções, Tratados e Protocolos das Nações Unidas, relativos à salvaguarda e protecção de direitos políticos, económicos e sociais do homem.

Para o Jurista Salvador Freire Presidente da Associação Mãos Livres a detenção de Jornalistas e activistas além de pôr em causa a imagem externa de Angola, bilisca também os princípios democráticos defendidos pelo estado angolano. A agressão dos profissionais da comunicação social configura violação da liberdade de informação.
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