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Liberdade de imprensa em declínio em todo o mundo


Registou-se uma erosão dos meios de comunicação em 2013 ao ponto de apenas uma em cada seis pessoas no mundo ter acesso à imprensa livre.

Assinala-se no próximo sábado, 3 de Maio, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Apesar do número cada vez maior de meios e de formas de informar, o relatório da Freedom House mostra que a intolerância continua intacta e implacável.

A organização de defesa da liberdade de imprensa afirma que a liberdade de imprensa em 2014 caiu para o nível mais baixo na última década.

Em qualquer lugar do mundo, tem-se a impressão de que ficou muito mais difícil ter acesso à notícia. Por isso a Freedom House considera que a liberdade de imprensa está em declínio em todo o mundo.

“Assistimos a tentativas de controlar ou manipular a mensagem, aumento do uso da propaganda e tentativas de influenciar antecipadamente o conteúdo eleitoral. O que vemos é a repressão dos blogueiros pessoas que usam os novos meios para obter informação”, diz a directora de projectos Karim Karkelar, que reconhece uma erosão dos meios de comunicação em 2013, ao ponto de apenas uma em cada seis pessoas no mundo ter acesso à imprensa livre.

Em muitas áreas registou-se um declínio dessa liberdade e a culpa não foi apenas dos Governos, diz Karkelar: “Houve mudanças nos donos das empresas de comunicação e quando vemos mudanças na linha editorial, entendemos que os jornalistas estão sendo alvo de pressões”.

A Coreia do Norte foi considerado o pior país em matéria de liberdade de imprensa no ranking de 197 países e territórios analisados pela Freedom House. O Irão estava no fundo da tabela, mas conheceu uma ligeira melhoria por ocasião da eleição presidencial. Na Síria jornalistas foram sequestrados e mortos.

Em termos das regiões, o Médio Oriente registou o declínio mais acentuado, particularmente o Egipto, onde os militares continuam a reprimir e a levar jornalistas aos tribunais.

Apenas dois por cento da população na região têm acesso à imprensa livre e 14 por cento à imprensa parcialmente livre, enquanto 84 por cento está em áreas consideradas de imprensa não livre.

Neste último ano, a região da Euroásia também sofreu um forte revés, particularmente na Rússia onde alguns jornalistas foram agredidos, presos e mortos.

Durante os recentes incidentes na Ucrânia, vários jornalistas foram brutalmente atacados.

De acordo com a Freedom House nenhuma pessoa na Euroásia, ou seja em países que não pertencem à União Europeia, vive num Estado onde a imprensa possa ser considerada livre

Na América Latina, apenas dois por cento da população vive em países com imprensa livre.

Entre os países de língua portuguesa, a Guiné-Bissau está entre os 10 Estados que mais perderam em liberdades políticas e civis nos últimos cinco anos, enquanto Angola não fica muito longe da cauda integrando o grupo de países não livres e com uma pontuação negativa, muito próxima da da Guiné-Bissau.

Moçambique, por sua vez, integra o grupo dos países parcialmente livres.

São Tomé e Príncipe e Brasil, ambos com dois pontos, e Portugal e Cabo Verde, com a pontuação máxima, pertencem ao grupo que a Freedom House classifica de países totalmente livres.
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