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Domingos da Cruz investiga liberdade académica em Angola


Professor, jornalista e activista diz que liberdade é principal ingrediente da investigação académica.

O docente universitário, activista cívico e jornalista Domingos da Cruz está a levar a cabo um projecto de investigação sobre liberdade académica e científica em Angola.

Investigação á liberdade académica em Angola -2:25
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O questionário dirigido exclusivamente aos docentes universitários contém 17 perguntas e as províncias do Namibe, da Huila e de Luanda são as três primeiras eleitas nesta pesquisa académica.

De entre outras perguntas, procura-se saber se a liberdade cientifica, académica e de ensino é discutida entre os professores nas universidades, se os professores acreditam que podem ser perseguidos, ameaçados, expulsos do serviço ou mortos por dar aulas seguindo o rigor cientifico e se conhecem pessoas expulsas de uma instituição de ensino por aplicar-se academicamente e fazer a ciência com rigor.

Domingos da Cruz, que esteve preso e foi julgado no grupo dos 17 activistas condenados por crime de rebelião e tentativa de golpe de Estado mas posteriormente amnistiado, disse que na Huíla um professor revelou ao preencher o questionário esperar não ser morto .

“Quando um professor sente medo de preencher um simples inquérito com 17 perguntas de carácter fechado parece-me demasiado dramático”, reconheceu o professor.

Domingos da Cruz disse à VOA que não havendo liberdade nas universidades os inventores terão medo inclusive de divulgar os seus trabalhos, sobretudo aqueles que eventualmente colidam com os interesses da classe dominante.

“Em Angola não há pesquisas sobre este assunto”, afirmou, acrescentando que “para que se possa fazer ciência e para que se possa inventar é necessário que haja um conjunto de situações prévias e entre elas está a liberdade”, sublinhou aquele jornalista e professor.

“Uma universidade pode ter acesso a muitos recursos, boas infraestruturas, pode ter bons recursos humanos mas não havendo liberdade essas pessoas não poderão inventar absolutamente nada porque as pessoas terão medo”, reiterou Domingos da Cruz, que concluiu ser "a liberdade científica fundamental para o progresso da humanidade”.

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