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Quénia: Polícia prende líder secessionista em Mombaça


Omar Mwamnuadzi, de branco, líder do Conselho da República de Mombaça.
Omar Mwamnuadzi, de branco, líder do Conselho da República de Mombaça.

A tensão está elevada na cidade costeira de Mombaça, no Quénia, depois de a Polícia ter prendido o líder do grupo secessionista Conselho da República de Mombaça.

A tensão está elevada na cidade costeira de Mombaça, no Quénia, depois de a Polícia ter prendido o líder de um grupo secessionista – o Conselho da República de Mombaça.

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Grupos de direitos humanos locais disseram que a acção do governo poderá gerar reacções contrárias porque os secessionistas estão a ganhar cada vez mais apoio de pessoas na região.

Numa incursão madrugadora, a polícia queniana prendeu Omar Mwamnuadzi, o líder da Conselho da República de Mombaça. Dois dos seus guarda-costas foram mortos e a Polícia prendeu 38 dos seus apoiantes que se encontravam ao redor da sua casa.

De acordo com o agente da Polícia da região da Costa, Aggrey Adoli, a prisão de Mwamnuadzi gerou tensões na cidade, levando à morte de um subchefe da polícia local:

“A situação no terreno é de que essas pessoas são verdadeiras milícias, porque vemos que depois de termos prendido o líder e outras pessoas, alguns dos restantes elementos tiraram a vida de um subchefe. Mataram o subchefe e agora estamos também a investigar esse assassínio para que possamos prender os seus autores.”

O Conselho da República de Mombaça tem vindo a advogar a secessão da região da Costa, uma área bem conhecida pelos seus safaris e praias tropicais.

O grupo baseia a sua posição no que chama de injustiças históricas que giram à volta de terras e distribuição injusta de recursos naturais.

Décadas de corrupção no Quénia têm mantido a elite dirigente enormemente rica e a maioria da população terrivelmente pobre. A volatilidade política do país, elevada pela violência pós-eleitoral de 2008, da mais combustível a grupos como o Conselho da República de Mombaça.

Mas o grupo tem sido associado à violência, mais recentemente ao ataque a um ministro em quatro pessoas foram mortas, incluindo o guarda-costas do ministro.

Francis Auma, dos Muçulmanos para os Direitos Humanos (MUHURI) disse à Voz da América que o governo está a responsabilizar o grupo por todas as más actividades da região:

“Não somos pela violência. Somos, por uma forma legal. Se há problema prendam-se essas pessoas e levem-nas a tribunal, mas isso não é obra do Conselho da República de Mombaça. Algo que aconteça aqui são acções de roubo. Dizem que é o Conselho de República de Mombaça. Estão apenas a estigmatizar.”

O governo queniano baniu o Conselho da República de Mombaça, mas em Julho passado um colectivo de três juízes do Tribunal Superior decretou que a proibição do grupo era inconstitucional e disse que o Estado falhou em provar que a proibição foi justificável e apropriada.

O tribunal recomendou que o grupo se registasse como partido político uma vez que as suas reivindicações são políticas. Mas o grupo recusou seguir as instruções.

Auma disse que o governo de Nairobi quer criar medo e tensão para que as pessoas fiquem receosas do grupo.

Na semana passada, sete elementos do Conselho, incluindo o seu porta-voz, Mohamed Mraja, foram presos e acusados de incitamento à violência.

De acordo com Auma, a polícia está a prender jovens e a distribuir panfletos, com “slogans” do Conselho da República de Mombaça e mais tarde a acusá-los de incitamento.
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