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Investimentos em Angola são mais rentáveis que no exterior


Investimentos em Portugal vão aumentar, afirma economista angolano
Investimentos em Portugal vão aumentar, afirma economista angolano

Opinião de economista apesar do aumento do investimento angolano no estrangeiro.

A grande dimensão dos investimentos angolanos no estrangeiro, nomeadamente em Portugal, já se reflecte nas estatísticas do país, apesar do investimento directo ter representado no ano passado 15 mil milhões de dólares.

No entanto, enquanto os privados tentam investir no exterior, especialistas dizem que os retornos em Angola são muito mais elevados do que no estrangeiro e que, por isso, essa estratégia pode custar à economia angolana no futuro.

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Dados da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla inglesa), referidos numa análise da Bloomberg, colocam Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe entre os países africanos que mais investimentos estrangeiros atraíram no ano passado.

Moçambique foi mesmo o país de língua portuguesa que mais investimento recebeu, considerando a população do país, com 248 dólares per capita.

Angola teve 219 dólares per capita, com a particularidade de ser, segundo os analistas da Bloomberg, o único país africano “que fez mais investimentos do que aqueles que recebeu” do estrangeiro.

O economista e director do jornal angolano Expansão Carlos Rosado de Carvalho discorda dessa leitura e diz que Angola recebeu mais investimento directo estrangeiro, cerca de 15 mil milhões de dólares no ano passado.

Adverte, no entanto, para a centralização desse investimento na indústria petrolífera que representa 97 por cento daquele total. Só assim, o investimento feito no exterior é maior que o recebido.

Entretanto, embora entenda em parte a lógica dos empresários angolanos em investir no exterior, aquele especialista diz que os dados revelam que os investimentos são mais rentáveis em Angola do que no exterior.

"Por isso, gostaria de ver os empresários angolanos a investir no país", desafia Carvalho.

O economista não vê uma estratégia de internacionalização da economia angolana definida que leve os empresários a colocarem o seu dinheiro lá fora.

Carlos Rosado de Carvalho entende, inclusive, o investimento no exterior como forma de capacitar e melhor a gestão das empresas nacionais, nomeadamente através da formação e capacitação dos gestores.

Segundo os especialistas da Bloomberg, a petrolífera estatal Sonangol foi a”ponta-de-lança” dos investimentos angolanos no estrangeiro nos últimos anos, nomeadamente na energia em Portugal (Galp Energia), Brasil (exploração de petróleo), São Tomé e Príncipe ou Cabo Verde (distribuição de combustíveis e logística).

Alguns dos investimentos mais recentes incluem a banca, sendo a Sonangol o principal accionista do maior banco privado português, o Millennium bcp, tendo recentemente acompanhado um aumento de capital que terá envolvido um esforço financeiro de perto de 435 milhões de euros, de acordo com o Africa Monitor Intelligence.

Mais recentemente, grupos privados angolanos começaram a assumir participações na construção e na banca, sobretudo em Portugal, com Isabel dos Santos à cabeça.

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