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Imprensa brasileira aponta Bento Kangamba como lider de esquema de prostituição


 Bento dos Santos Kangamba
Bento dos Santos Kangamba

Brasil emite mandado de captura contra o general por envolvimento em rede de prostituição

A imprensa brasileira revela que a polícia federal emitiu um mandado de captura contra o General Bento dos Santos "Kangamba" por alegado envolvimento numa rede internacional de prostituição e tráfico de mulheres.

O conceituado jornal brasileiro Estado de São Paulo diz que o ministério da justiça deu acordo ao mandado de captura e Kangamba será preso caso desembarque no Brasil.

O nome de Kangamba foi, segundo ainda aquele jornal, também incluído numa lista da Interpol de pessoas a prender.

Um outro mandado de captura foi também emitido contra Wellington Eduardo Santos de Sousa ex- membro de uma banda musical brasileira, “Desejos”. Sousa é identificado como sendo de origem latino-americano.

O desmantelamento da rede de tráfico de mulheres para prostituição em Angola surge na sequência da “Operação Garina” que se arrastou durante quase um ano. A rede estava também envolvida no envio de mulheres para Portugal, África do Sul e Áustria. Neste último caso a polícia conhece apenas o envio de uma mulher.

No total a polícia conhece o caso de 90 mulheres.

Sabe-se que em alguns casos as mulheres não foram pagas aquilo que lhes havia sido prometido. O delegado da polícia Luiz Tempestino afirmou que pela lei brasileira as mulheres são tratadas como vítimas e não responderão criminalmente, ainda que algumas tenham sido levadas ao exterior pela mesma quadrilha quatro ou cinco vezes

A rede alegadamente aliciava mulheres numa zona ao sul de São Paulo mediante promessa de pagamento de 10 mil dólares para se prostituírem pelo período de uma semana para clientes de grande poder económico e político.

As mulheres eram aliciadas em casas de diversão nocturna de São Paulo e da região sul do Brasil pelos membros da rede, que ofereciam a partir de 10 mil dólares para que elas se prostituíssem durante uma semana.

“Modelos de capas de revistas masculinas e que participavam de programas de TV receberam até US$ 100 mil para se relacionar sexualmente com o general,” acrescentou o jornal.

A polícia brasileira disse ainda haver “fortes indícios” que algumas das mulheres foram privadas da sua liberdade e obrigadas a manter relações sexuais sem preservativos com os seus clientes. As vítimas recebiam, nesses casos, um falso tratamento de medicamentos anti-SIDA.

Segundo o delegado, duas remessas de mulheres eram mandadas por mês ao exterior, cada uma delas com 4 ou 5 mulheres. As idades delas variavam entre 21 e 25 anos.

A polícia brasileira efetuou rusgas em quatro cidades, incluindo São Paulo e apreendeu 11 carros de luxo, 23 passaportes, nove cópias de passaportes, 14 pedidas de visto para Angola, moeda estrangeira e ainda drogas. Cinco pessoas envolvidas no processo foram presas, entre elas três aliciadores da rede.

“Há fortes indícios de que parte das vítimas foi privada temporariamente da sua liberdade no exterior e obrigada a manter relações sexuais sem preservativos com clientes estrangeiros", diz por outro lado um comunicado da Polícia brasileira, acrescentando que as vítimas recebiam, nesses casos, um falso tratamento de medicamentos anti-SIDA.

Estima-se que a organização criminosa movimentou aproximadamente US$ 45 milhões com o tráfico internacional de mulheres desde 2007

UM LONGO HISTORIAL DE ESCÂNDALOS

Em Julho deste ano o general Kangamba escapou à detenção no principado de Mónaco, por ser portador de um passaporte diplomático.

A polícia pretendia deter o general depois de ter confiscado quase três milhões de Euros e prendido cinco indivíduos que transportavam o dinheiro de Portugal para França.

O general encontrava-se hospedado num luxuoso hotel Metrópolitaine que fica a cerca de 50 metros do casino Monte Carlo.

Os cinco indivíduos foram detidos por branqueamento de capitais, crime organizado e associação de malfeitores.

O general Kangamba negou posteriormente em Luanda qualquer envolvimento no caso e disse tratar-se de uma campanha de difamação que tem como alvo o presidente José Eduardo dos Santos

angola José Eduardo dos Santos, a primeira dama Ana Paula dos Santos, Avelina dos Santos (sobrinha do presidente) e o seu esposo, o general Bento dos Santos “Kangamba”.
angola José Eduardo dos Santos, a primeira dama Ana Paula dos Santos, Avelina dos Santos (sobrinha do presidente) e o seu esposo, o general Bento dos Santos “Kangamba”.
O general Kangamba é da família presidencial por via do seu casamento com Avelina Escórcio dos Santos, filha de Avelino dos Santos, o irmão mais velho de José Eduardo dos Santos.

Avelina dos Santos ocupou durante algum tempo o cargo de de directora-adjunta do gabinete do Presidente da República.

A 7 de Maio de 2012 , um tribunal de Sintra, Portugal, ordenou a penhora de bens detidos por Bento Kangamba, nesse país europeu, para a execução de uma dívida de mais de um milhão de euros ao cidadão português Manuel Lapas.

Entre os bens penhorados constavam um apartamento de Bento Kangamba na freguesia de Oeiras, duas viaturas de luxo Mercedes-Benz e seis contas bancários no Millenium e Banco Espírito Santo, com um valor irrisório e total de €15.035.

No entanto, recentemente, o general adquiriu um apartamento de Luxo para o seu sogro, na zona da Expo, em Lisboa e adquiriu uma vivenda de luxo no principado de Mónaco, avaliada em vários milhões de euros. Era para o Mónaco precisamente onde ia o dinheiro confiscado pelas autoridades francês.

Foram publicadas notícias de que o General Kangamba teria também recentemente adquirido uma luxuosa vivenda nos arredores de Madrid.

Em Abril de 2012, o presidente José Eduardo dos Santos, na qualidade de comandante-em-chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA), promoveu Bento Kangamba ao grau militar de general de três estrelas.

Isto apesar de que a 27 de Outubro de 2000, o Tribunal Supremo Militar havia condenado o então brigadeiro na reserva, a uma pena única de dois anos e oito meses de prisão maior, por cúmulo jurídico, como autor de crime de conduta indecorosa, burla por defraudação e dois crimes de falsificação de documentos. O empresário foi ainda condenado a pagar uma indemnização no valor de US $427,531 à empresa portuguesa Filapor – Comércio Internacional Lda, com sede em Portugal, que foi vítima de burla.

A 19 de Junho de 2002, Bengo Kangamba foi de novo condenado pela justiça angolana, quando o Tribunal Supremo condenou Bento Kangamba a uma pena de quatro anos de prisão maior, por crime de burla por defraudação, bem como ao pagamento de uma indemnização de US $75 mil às empresas Nutritiva e Lokali.
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