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Há mais trabalho para erradicar a pobreza, diz Obama nas Nações Unidas


Barack Obama nas Nacões Unidas, 27 de Setembro, 2015
Barack Obama nas Nacões Unidas, 27 de Setembro, 2015

“Podemos ter orgulho do que temos feito, mas não podemos ser complacentes", afirma Presidente americano.

"Quando onze meninos e meninas morrem em cada minuto de causas evitáveis, sabemos que temos mais trabalho a fazer", disse domingo, 27, o Presidente Barack Obama, no encerramento da Cimeira sobre o Desenvolvimento Sustentável, em Nova Iorque.

E mais, ilustrou Obama, neste momento, cerca de 800 milhões de homens, mulheres e crianças dependem de menos de 1,25 dólar por dia. “Imagine isso”, advertiu.

Obama, que participará na 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que se inicia nesta segunda-feira, 28, apelou a todos para agirem, porque há mais trabalho para erradicar a pobreza absoluta no mundo.

As Nações Unidas indicam que, desde 1990, o número de pessoas vivendo na extrema pobreza reduziu em mais de metade, de 1.9 mil milhões para 836 milhões, em 2015. Também reduziu para a metade a mortalidade de menores de cinco anos.

Obama reconheceu que os números revelam que o que é feito na área de desenvolvimento produz resultados, mas considerou que é um "ultraje moral" o facto de centenas de milhões de pessoas continuarem a viver em condições de extrema pobreza, sem infraestruturas adequadas.

"Podemos ter orgulho do que temos feito, mas não podemos ser complacentes", disse Obama.

Estados Unidos apoiam as novas metas

Na semana passada, os líderes dos 193 Estados membros das Nações Unidas aprovaram por unanimidade os 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que serão a base da luta contra a pobreza e desigualdades nos próximos 15 anos.

Construídos com base nos oito Objectivos de Milénio, implementados entre 2000-2015, os ODS incluem o fim da pobreza, alcance da igualdade de género, capacitação da juventude e protecção do meio ambiente.

Obama disse que os Estados Unidos se comprometem a alcançar os novos objectivos.

“Enquanto continuar Presidente e depois de deixar de sê-lo, continuarei a lutar para uma educação, habitação, cuidados de saúde que reduzem as desigualdades e criem oportunidades aqui nos Estados Unidos e em todo o mundo”, prometeu.

Como exemplo do contínuo compromisso dos Estados Unidos, Obama destacou o facto de nos próximos dois anos o país ter de investir no tratamento antirretroviral e alocar 300 milhões de dólares para reduzir novas infecções de HIV na África subsaariana.

Combater a má governação, promover a mulher e proteger o ambiente

Os novos objectivos, segundo Obama, não poderão ser alcançados se não forem abordados alguns pontos críticos, como a má governação, corrupção, baixo estatuto da mulher e mudanças climáticas

Face à corrupção, que segundo ele desvia para contas bancárias no estrangeiro milhares de milhões de dólares que deveriam construir escolas e hospitais, disse que "os países têm de abraçar a transparência, governação aberta e o Estado de direito".

A desigualdade de género, disse Obama, é também um entrave ao desenvolvimento, mesmo nos Estados Unidos, onde se registam discrepâncias no rendimento.

"Eu já disse isso antes e vou continuar a repeti-lo. Um dos melhores indicadores para saber se um país terá sucesso é ver a forma como trata as suas mulheres", realçou o Presidente americano.

Obama alertou igualmente para a necessidade de ajudar os países em desenvolvimento nas questões de mudanças climáticas. Ele pediu ao mundo para se unir e assinar um acordo forte na conferência global sobre o clima, em Paris, no final do ano.

Sem acção, disse Obama, "as pessoas mais pobres do mundo irão suportar o fardo mais pesado do aumento dos mares e secas mais intensas, a escassez de água e comida. Teremos refugiados das mudanças climáticas".

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