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Governo angolano promete pagar dívida interna


As dívidas datam de 2014
As dívidas datam de 2014

Analistas questionam o momento e o facto de o pagamento em títulos criar nova dívida

O Governo angolano promete pagar a dívida pública junto de credores internos contraída desde 2014.

Governo angolano diz que vai pagar dívidas internas -2:33
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De acordo com o Executivo, a dívida começa a ser liquidada a partir deste mês e vai ser paga em 70 por cento em dinheiro e o restante em títulos do tesouro.

Analistas questionam o momento e o facto de o pagamento em títulos criar nova dívida.

O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA) José Severino interroga-se das razões de ser agora que o Governo vai pagar as dívidas, quando durante o boom do petróleo poderia ter sido acautelada esta situação.

O presidente da AIA sugere ao Executivo que não volte a cometer o mesmo erro porque, de acordo com José Severino, o Estado como pessoa de bem não deve apenas parecer, mas ser.

''As empresas quando não recebem descapitalizam-se e não desenvolvem as suas actividades, criam constrangimentos e ficam também como devedores dos bancos onde foram buscar os financiamentos, por isso é que muitos bancos têm dificuldades em virtude de os devedores não conseguirem honrar as dívidas e isto tem impacto muito grande no crescimento do PIB e até na qualidade de prestação de serviço'', advoga Severino.

Na mesma linha de pensamento, o economista e deputado pela CASA-CE Manuel Fernandes pensa que o Governo devia ter resolvido este problema em 2014 quando a economia angolana se encontrava am alta.

''Na altura do boom do petróleo não se acautelou o pagamento desta dívida e hoje que a situação económica é difícil e o ano corrente é de avultadas despesas por causa das eleições, o Governo decide pagar e nas modalidades que quer pagar? Só há uma razão, a política'', diz Fernandes.

O investigador da Universidade Católica de Angola e economista, Precioso Domingos, defende que o Governo não devia optar pelo pagamento em títulos porque é uma nova dívida, ou seja “vai pagar 70 por cento e o restante vai continuar como dívida”.

Domingos também pensa que parte do embaraço que os bancos comerciais apresentam neste momento deve-se a estas dívidas não honradas pelo Estado.

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