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"Governo angolano deve conter as suas forças e respeitar a lei", diz especialista da HRW


Organização quer investigação aos incidentes de 24 de Fevereiro
Organização quer investigação aos incidentes de 24 de Fevereiro

Zenaida Machado alerta que em ano eleitoral haverá mais manifestações

A Human Rights Watch (HRW) pediu uma investigação “urgente e imparcial” ao Governo angolano ao uso da força pela polícia contra activistas que pretendiam fazer uma "manifestação pacífica" na passada sexta-feira, 24, em Luanda, para pedir a demissão do ministro da Administração do Território.

A especialista da HRW em temas de Angola e Moçambique, Zenada Machado, adverte que em ano de eleições, o Governo deve conter esta forma de repressão.

“O Governo precisa de investigar a repressão policial contra os manifestantes e responsabilizar os responsáveis", lê-se no comunicado daquela organização de defesa dos direitos humanos.

A especialista da HRW em temas de Angola e Moçambique, Zenaida Machado, adverte que em ano de eleições, o Governo deve conter esta forma de repressão.

Ano de eleições

Em ano de eleições, a HRW manifesta a sua preocupação pela postura do Governo angolano e adverte que, devido a essa época, as pessoas vão sair às ruas.

Para a especialista responsável pelos temas de Angola daquela organização, a resposta das autoridades a uma manifestação pacífica é reprovável.

“Ir à rua e usar cães contra manifestantes pacíficos, que não tinham nenhum armamento e nem resistiram a autoridade, é recorrer a uma força desnecessária”, diz Machado, segundo a qual, “a HRW pede ao Governo angolano que respeite o direito de manifestação e contenha as suas forças”.

Em conversa com a VOA, aquela especialista afirma não entender a postura do Governo angolano em virtude de a Constituição da República permitir manifestações e o direito às pessoas de se expressarem.

Por isso, diz, a Human Rights “reitera o pedido às autoridades angolanas para respeitaram a Constituição”.

Em ano de eleições e de transição, o incidente do passado dia 24 é perigoso, na óptica de Zenaida Machado porque “é normal que as pessoas manifestem as suas opiniões”.

A organização diz esperar que as autoridades angolanas “entendam a necessidade de fazer este processo eleitoral livre e transparente, que não seja marcado por episódios como o da sexta-feira”.

Sinal enviado

No comunicado, a Human Rights Watch afirma que o ataque da polícia a esses manifestantes pacíficos envia uma mensagem arrepiante a outros que querem criticar o Governo e é uma bandeira vermelha para a justiça das eleições deste ano".

Para Zenaida Machado, o Governo “deve estar preparado para este ano eleitoral porque haverá mais manifestações e as autoridades devem estar prontas para aceitar que as pessoas têm o direito de se manifestarem”.

Este posicionamento da organização decorre dos incidentes de 24 de Fevereiro, quando a polícia reprimiu cerca de 10 activistas que pretendiam pedir a demissão do ministro da Administração do Território, por ser, ao mesmo tempo, segundo da lista do MPLA às eleições de Agosto.

Os activistas Dago Nivel, Luaty Beirão, Emiliano Catombela, Arante Kivuvu e Nélson Dibango foram feridos pela policia, que envolveu a chamada brigada canina quando tentavam fazer uma manifestação comunicada dias antes às autoridades.

Os activistas garantem que continuarão a manifestar e vão processar o comandante-geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos.

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