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G20 sem África na agenda


Líderes das nações do G20 – grupo das 20 economias mais ricas e emergentes do mundo - reúnem-se a 15 e 16 em Brisbane, Austrália, para discutir o crescimento económico global e desenvolvimento. Especialistas questionam se a África vai beneficiar das deliberações do grupo, onde o único país do continente presente é a África do Sul.

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O G20 irá realizar o seu encontro anual no meio de um decepcionante crescimento do comércio internacional e uma falhada estratégia de criação de empregos.

Os líderes do G20 dizem que agora vão centrar a sua atenção, depois de cinco anos de recuperação da crise económica global, no restabelecimento da credibilidade e na capacidade de resistência das instituições financeiras, bem como encontrar novas políticas para o crescimento global sustentado.

África tem registado um bom e continuado crescimento económico, mas a África do Sul é o único país do continente a integrar o grupo das economias mais avançadas e emergentes que representam 85 por cento do PIB mundial e 75 por cento do comércio internacional.

Muitos países africanos compartilham os mesmos problemas que os países mais ricos, incluindo alto desemprego. Mas será que a presença da África do Sul pode fazer a diferença?

Wolfe Braude, do Instituto Sul-Africano de Assuntos Internacionais (SAIIA), diz que o facto de apenas um país africano esteja presente no G20 significa simplesmente que a agenda da África não é a prioridade do grupo.

"O que precisamos desesperadamente é de infra-estruturas, o desenvolvimento do sector de serviços, o financiamento de infra-estrutura pesada como portos e estradas e ferrovias. Também precisamos de apoio para o desenvolvimento de habilidades, necessidades de capacitação do sector bancário, de telecomunicações e, em seguida, é claro que temos necessidades de saúde, temos os nossos problemas na África como o ébola", diz.

Enquanto o G20 está focado na queda do desemprego e em criar novas oportunidades para estimular o crescimento, os principais problemas na África continuam a ser a corrupção endémica, a dívida colossal e a falta de receitas.

Marianne Buenaventura, conselheira da Oxfam, afirma que o G20 tem de ajudar os países em desenvolvimento da África, com a reforma tributária.

Segundo ela a África perde bilhões de dólares em impostos não pagos, e a maior parte desse dinheiro sai ilegalmente do continente.

"Temos cerca de 100 mil milhões de dólares estimados de receita perdida devido a fluxos ilícitos dos países em desenvolvimento. Na região da África Subsaariana, há cerca de 72 mil milhões de dólares em fluxos ilícitos apurados entre 2008 e 2010", revela aquela especialista.

Alguns analistas sugerem que, apesar de os organismos mundiais, como o G-20, serem importantes, eles não são necessariamente a solução para os países africanos.

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