O Governo de Moçambique e a Renamo voltaram hoje à mesa do diálogo nacional depois de alguma trégua nos combates nas últimas semanas. À saída da 64ª. ronda de conversações, os chefes das duas delegações não deram detalhes das discussões, mas apenas disseram que houve avanços e admitiram voltar a reunir amanhã.
A antes da reunião de hoje no Centro de Conferências Joaquim Chissano, o chefe adjunto da delegação governamental Gabriel Muthisse relembrou que a missão dos observadores deve ser extensiva ao desarmamento da Renamo, um ponto do qual discorda a delegação do partido de Afonso Dlakhama.
Por seu lado, o representante da Renamo nas negociações Simon Macuiana não se pronunciou sobre a posição da Renamo, mas disse que a sua delegação estava disposta a negociar tudo até conseguir uma solução definitiva.
No final do encontro, o também ministro dos Transportes e Comunicações Gabriel Muthisse disse aos jornalistas que as diferenças entre as partes relacionam-se com a paridade e a reorganização exigida pela Renamo nas Forças de Defesa e Segurança.
A exigência da Renamo também contempla a retirada das Forças Armadas de Moçambique das zonas onde se encontram estacionados os homens daquele antigo movimento rebelde com a cessação das hostilidades.
Muthisse entende que nova abordagem constitui uma base de trabalho que pode levar a um entendimento sobre as modalidades da transformação da Renamo num partido político normal e o fim das hostilidades.
Saimone Macuiana, da Renamo, também acredita que com estes elementos será possível encerrar brevemente a questão dos termos de referência sobre a chegada dos observadores militares internacionais que deverão fiscalizar a cessação das hostilidades.