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FMI desafia governo moçambicano a repartir riqueza


O FMI sugere que os investimentos têm que beneficiar mais as populações.
O FMI sugere que os investimentos têm que beneficiar mais as populações.

Para o FMI é preciso que o governo e os investidores encontrem meios de beneficiar as populações

O Fundo Monetário Internacional (FMI) desafia o governo moçambicano a avançar com mediadas políticas e económicas para melhorar o impacto do crescimento da economia na redução da pobreza de população moçambicana.

O FMI junta assim a sua voz às críticas correntes no país, que questionam o impacto dos números apresentados pelo governo, que realçam os níveis de crescimento da economia nacional, como dos mais exemplares ao nível mundial, nos últimos anos.

“O nosso trabalho e aconselhamento ao governo é no sentido de que deve avançar com medidas que vão favorecer investimentos em sectores intensivos em mão de obra, no aumento da produtividade agrícola e na capacitação dos moçambicanos, pois só, desta forma, o impacto do crescimento económico se fará sentir junto das populações, através do aumento sustentável da renda das camada mais inferiores” - disse Víctor Lledó, representante do FMI em Moçambique.

De acordo com o representante do FMI, “o impacto do crescimento económico na redução da pobreza foi mais notável no período imediatamente após a guerra dos 16 anos do que se observa nos últimos anos, pelo que o desafio para o governo, deve ser de melhorar do impacto dos actuais níveis de crescimento”, uma situação que precisa ser invertida.

O impacto do crescimento na vida da população é um questionamento recorrente, por parte de várias organizações nacionais, sendo, contudo, mal interpretadas pelo executivo.

O FMI pronunciou-se ainda sobre o debate em volta das isenções fiscais concedidas aos chamados megaprojectos. Para o FMI é preciso que o governo e os investidores se engajem em negociações, por forma a encontrar um meio termo com mais benefícios para todos.

“O país realmente apresenta imensas necessidades de investimento, por outro lado, o seu desenvolvimento sócio-económico requer mais recursos orçamentais que devem ser obtidos de forma equitativa através de contribuições de todos os sectores da economia e esses recursos são essenciais para financiar o desenvolvimento sustentável de Moçambique”- realçou Lledó, reiterando a necessidade das partes se engajarem em discussões para encontrarem uma saída que beneficie as empresas,mas que não seja lesiva para o país.

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