O Tribunal Provincial de Luanda, no Benfica, julgou recentemente sete antigos militares por crime de actos preparatórios de rebelião contra o Estado.
Na base da acusação está o descontentamento dos ex-militares das FALA e FAA com o facto de não estarem inseridos no sistema de protecção social das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Numa sala próxima àquele onde decorre o julgamento dos 17 activistas realizou-se na semana passada a primeira sessão do julgamento dos sete ex-militares.
O antigo preso político e actualmente professor universitário Nelson Pestana Bonavena, em entrevista a VOA, considera a onda de julgamentos por crimes de actos preparatórios de rebelião contra a segurança de Estado, como uma prova da desorientação do poder político angolano, “um medo exacerbado de tudo o que seja manifestação do cidadão, numa clara musculação do regime”.
Abílio Pedro, Daniel Capoco, Maurício Bumba, Agostinho Segunda, Frederico da Costa, Tito Rubem e Francisco Gonçalves, que se dizem abandonados pelas instituições do Estado, foram também indiciados por crimes de associação de malfeitores, roubo qualificado, homicídio qualificado, homicídio frustrado e posse ilegal de arma de fogo.
O julgamento deve continuar nas próximas semanas e os seus réus incorrem a uma pena de prisão até 24 anos.