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Irão aumentou apoios ao terrorismo global - diz governo americano


Relatório dos Estados Unidos sobre o terrorismo no mundo aponta o Irão e o Hezbollah como dois maiores patrocinadores de actos terroristas a escala global

O governo americano afirma que o ano de 2012 ficou marcado pelo reaparecimento do Irão como patrocinador do terrorismo, incluindo a sua ajuda ao regime sírio durante os dois anos de repressão contra o seu próprio povo.

A acusação do Departamento do Estado vem plasmada no seu relatório anual sobre o estado do terrorismo global destinado ao debate no Congresso.

O relatório afirma que tanto o Irão como o grupo libanês Hezbollah foram excepcionalmente activos a preparar acções terroristas no ano passado, e a fornecer uma gama variada de apoios ao regime sírio na repressão contra o seu povo.

Uma porta-voz do Departamento do Estado, Jennifer Psaki, disse ontem que Washington está preocupado acerca do envolvimento de combatentes estrangeiros no conflito sírio.

“Estamos muito preocupados acerca de combatentes estrangeiros, que estão na Síria, ou no arrastar da violência para os países vizinhos. E é algo que temos frequentemente dado conta da nossa preocupação. E temos sido bem claro acerca dessas preocupações no que toca a instabilidade na região provocada pela crise na Síria.”

O relatório também indica que a liderança central da al-Qaida no Paquistão e os seus afiliados no Iémen foram enfraquecidos no ano de 2012. Mas em resultado disso, alguns grupos dessa rede tornou-se mais independente.

O presidente americano Barack Obama também tinha feito observação sobre esse facto num discurso sobre o contra-terrorismo na semana passada.

“Isso significa que iremos fazer face a ameaças mais localizadas a semelhança do que assistimos em Benghazi, ou nas instalações da BP na Argélia, em que operativos locais – talvez em relações mais distanciadas com a redes regionais – lançam ataques periódicos contra os diplomatas ocidentais, companhias e outros alvos ligeiros, ou ainda, no sequestro ou outras acções criminosos para financiar as suas operações.”

O relatório do Departamento do Estado reporta que os ataques terroristas ocorridos em 85 países em 2012 na sua maioria tiveram lugar no Afeganistão, Paquistão e Iraque.

O especialista sobre o Médio Oriente, Matthew Duss do Centro para o Progresso Americano relaciona o recente aumento da violência no Iraque com o conflito na Síria.

“A circulação de combatentes, de bens de primeira necessidade, a reabertura de rotas de contrabandos, cujos combatentes viajaram da Síria para o Iraque – em que alguns casos, estão agora a mover-se em sentido oposto. Mas ainda, quando houver situações como esta onde existe essencialmente zonas sem governo num ambiente de conflito, esta situação vai permitir o aumento dessa violência.”

Mathiew Duss adianta ainda que a violência no Iraque é primeiramente um reflexo das continuadas divisões politicas, que não resolvidas através dos canais políticos apropriados. Duss acrescentou ainda que dar voz aos grupos da oposição, ou mesmo grupos de militantes, pode enfraquecer organizações terroristas.

O relatório do Departamento do Estado realça também que qualquer esforço para combater o terrorismo deve incluir a criação de capacidades ao nível do mundo para conter a ideologia que alimenta o terrorismo.
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