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Estado Islâmico procura "lobos solitários" no Brasil


A denúncia é dos serviços de inteligência.

Fontes da Agência Brasileira de Inteligência dizem ter detectado tentativas de cooptação de jovens no País pelo Estado Islâmico para actuar como "lobos solitários". De acordo com as mesmas fontes, são extremistas que, por não integrarem as listas internacionais de terroristas, têm mais mobilidade e são capazes de fazer atentados isolados e imprevisíveis em diferentes países.

O jornal brasileiro Estadão apurou que o Palácio do Planalto recebeu relatórios de órgãos diferentes a alertar para o problema. A Casa Civil, que liga o Presidente e os ministérios, assumiu a coordenação das discussões internas sobre a questão no contexto dos preparativos da Olimpíada de 2016.

Um dos objectivos dos relatórios é alertar a presidente Dilma Rousseff de que, apesar da tranquilidade até agora do Governo brasileiro, há um "factor de risco" que não pode ser desprezado.

Fontes bem informadas disseram ao jornal o tema foi alvo de discussão na última semana na Casa Civil, com a participação de representantes a nível operacional do Ministério da Justiça, do Gabinete de Segurança Institucional, da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência.

Pelas investigações, apesar de o Brasil não ter um historial de terrorismo, o interesse do Estado Islâmico é ampliar o espectro de recrutamento de novos militantes, concentrado actualmente na Europa, para a América do Sul. Responsáveis da polícia de vários países europeus já estiveram em Brasília no mês passado para troca de informações com o Governo brasileiro.

Há uma grande preocupação principalmente com os Jogos Olímpicos do próximo ano.

A avaliação dos órgãos de inteligência é que "o maior risco para o evento hoje são as manifestações e greves; a maior preocupação é o terrorismo". O assunto é tratado sob sigilo pelos órgãos envolvidos.

Entretanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acredita que o congresso pode votar rapidamente uma legislação específica de combate ao terrorismo. "Não vejo problema de debater e votar qualquer mudança de legislação com celeridade", disse Cunha ao Estado, por meio do WhatsApp.

A falta de instrumentos legais para reprimir a acção de terroristas no Brasil é apontada pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência como um dos obstáculos à contenção da entrada do Estado Islâmico no país.

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