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Escravatura moderna aumenta no mundo


Global Slavery Index 2016
Global Slavery Index 2016

“A escravidão é uma condição humana criada pela própria humanidade e é preciso acabar com ela", diz fundador da Walk Free Foundation.

Cerca de 46 milhões de pessoas vivem em situação de escravidão moderna no mundo revela um relatório da organização não governamental Walk Free Foundation, divulgado na noite desta segunda-feira, 30.

Índia, China, Paquistão, Bangladesh e Uzbequistão respodem por 58 por cento do total de “escravizados”, com a Índia largamente à cabeça, em termos absolutos, com 18,4 milhões de pessoas.

Entretanto, em termos proporcionais, a Coreia do Norte é líder, com a estimativa a indicar que uma em cada 20 pessoas esteja nessa situação num país com um milhão e 100 mil habitantes.

Na China
Na China

“Há evidência de que há cidadãos submetidos a trabalhos forçados pelo Estado, incluindo prisioneiros políticos e relatos indicam que indivíduos são forçados a trabalhar por longas horas no campo e nos sectores de construção, mineração e vestuário, com punições duras para os que não cumprem determinadas metas”, lê-se no relatório da Walk Free Foundation.

Estudos citados pela organização mostram que a pobreza e a falta de oportunidade desempenham um papel importante no aumento da vulnerabilidade à escravidão moderna.

“Eles também apontam para desigualdades sociais e estruturais mais profundas que permitem que a exploração persista, como a xenofobia, o patriarcado, as castas e as discriminações de género”, diz o documento.

O presidente da Walk Free Foundation, Andrew Forrest, afirma que “a escravidão é repugnante, mas totalmente evitável”, entretanto, ao contrário das grandes epidemias mundiais, como a malária e a Sida, “a escravidão é uma condição humana criada pela própria humanidade e é preciso acabar com ela, não permitindo que as gerações futuras cedam a essa prática hedionda.”

O fundador da ONG afirma ainda que está nas mãos de líderes de todos os segmentos mudar esse quadro e apontam o dedo aos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Brasil, Itália, Rússia e Índia.

“Eles têm de fazer com que o mundo dos negócios preocupe-se com essa questão, exigindo, por meio de leis, foco na transparência da cadeia de produção de todos os bens e serviços importados ou vendidos nos seus países. O Brasil foi um dos primeiros líderes neste campo, pioneiro”, diz Forrest, fazendo referência à "lista suja" do trabalho escravo, que reúne empregadores flagrados utilizando mão-de-obra escrava.

O Reino Unido, que promulgou o chamado Modern Slavery Act 2015, também é citado como exemplo a ser seguido.

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