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Empresários angolanos enfrentam dificuldades em exportar para os EUA


Sociólogo diz que não há empresariado independente em Angola

A inexistência de um empresariado independente e a fraca produção interna são entraves a planos para se aumentar as exportações angolanas para os Estados Unidos, disse o sociólogo João Paulo Ganga.

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Ganga falava num debate sobre a lei de oportunidade e crescimento em Africa, AGOA, ao abrigo da qual os Estados Unidos dão preferência a importações de países africanos que compram certos requisitos.

Em entrevistas á Voz da América ficou claro que o governo angolano não dispõe de uma estrutura de estado especializada para dinamizar e promover as exportações no âmbito da AGOA, não havendo por isso a promoção e “marketing” para permitir a formação de parcerias nos Estados Unidos.

Empresários disseram ainda ser necessária a criação de “um guichet único” para apoiar a classe empresarial no processo de exportações.

Angola Ministra do Comercio Rosa Pacavira de Matos (Foto João Santa Rita)
Angola Ministra do Comercio Rosa Pacavira de Matos (Foto João Santa Rita)

A ministra angolana do comércio Rosa Pacavira disse que o governo está a delinear um plano para incentivar essas exportações mas fez notar que as exportações ao abrigo da AGOA obedecem a critérios de origem que têm que ser respeitados.

Antes de exportações serem feitas ao abrigo dessa lei, o governo americano quer saber qual é a percentagem angolana do produto para se certificar que o produto é na realidade angolano, disse a ministra que acrescentou que o governo “vai apoiar os empresários nesse processo de exportação”.

O empresário Agostinho Kapaia fez notar que há empresas angolanas a exportar para a Europa, como Portugal.

“Essas empresas estão preparadas para exportar mas para exportar para os Estados Unidos existem regulamentos e passos diferentes “, disse.

Mas Paulo Ganga disse que Angola não tem “uma classe empresarial autónoma e capaz”.

“Não temos uma classe empresarial que crie inovação que crie investimento”, disse.

“A maior parte do empresariado angolano vive das tetas do estado e portanto sem o estado o empresariado angolano não funciona”, acrescentou.

O sociólogo disse ainda que que é preciso haver uma “produção interna forte” para que possa haver excedentes que possam ser exportados.

“Nós vivemos da importação como é que vamos exportar?”, interrogou

“O nosso empresariado não pode ser colado ao estado.”, disse Paulo Ganga para quem “pode haver um ou outro caso de sucesso, mesmo dois, três ou 10 mas isso não faz Angola”.

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