Violentos confrontos entre manifestantes e polícias nos arredores da capital moçambicana provocaram pelo menos dez mortos e mais de 300 feridos, segundo números não oficiais. Oficialmente, as autoridades moçambicanas admitem apenas quatro mortos de 75 feridos. <--image-->
Os confrontos, nos bairros periféricos da cidade, surgiram depois de populares terem começado a manifestar-se contra o aumento de bens de primeira necessidade como o pão, combustíveis e transportes bloqueando ruas com pneus a arder. De acordo com notícias postas a circular na capital moçambicana, os manifestantes tencionam, aparentemente, manter os protestos até à próxima sexta-feira.
A polícia negou, entretanto, ter usado balas verdadeiras para dispersar os manifestantes que se envolveram no assalto e saque a estabelecimentos comerciais.
Há notícias contraditórias de que as manifestações se terão também alastrado à segunda maior cidade do país, a Beira, mas uma porta-voz da polícia da Província Sofala disse não se terem registado incidentes.
Ao fim da tarde de ontem registavam-se ainda algumas bolsas de resistência em redor de Maputo, com testemunhas referido terem ouvido tiros dispersos. A gravidade da situação obrigou o presidente Armando Guebuza a falar ao país, apelando à calma e lamentando os actos de violência que provocaram vítimas e avultados prejuízos materiais.